h plácida calma que invade minha alma serena óh resignação que torna aceitável a triste pena De viver só, sem sentir dorida e triste solidão de sentir o peso da mó, lembrar que farinha foi grão. Que esmagado pelas pedras pesadas da vida tornar-se alimento que sustenta, cura ferida bruto grão, íntegro, não alimenta, lamento... ferido, alva farinha, proto-pão, alimento E assim roda a vida, esmagando o coração assim curam-se as feridas, grão partido vira pão E eu sigo serena meu solitário e único destino E sonho todas as noites o mesmo sonho vespertino Dorme-se e acorda-se, mesmo leito branco e frio lava-se toda a manhã, mesma água do gélido rio. Quando despoja-se dos resquícios da triste noite Quando refresca-se os vergões do triste açoite. E assim passa a vida, um dia bom e outro não Assim vai a vida, um dia frio, outro paixão. |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
5.01.2010
Entendimento
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Quem sou eu

- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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