8.23.2009

Pequena fresta entre nós.

Pela pequena fresta,
esta fenestra ,
luzidia em minha testa,
deixa-me ver
o futuro.
Me vês e crês que existo,
enquanto ainda exito
em cima do muro.
Pulo, mesmo no escuro,
entro pela janela,
vejo dois corpos,
duas almas,
dois copos,
as mãos unidas em palmas,
sobre os lençóis dos desejos,
desenrolando embrulho de beijos
pacotes cheios de afeto
nossas almas unidas
flutuando, se amando,
sob o mesmo teto,
longe das intranqüilas,
filas e mais filas
de pessoas com triste coração,
perdidas nesse cinza mundo,
triste poço sem fundo,
chamado solidão.

Perda sentida...

Escorrias, como fino líquido não bebido,
entre os dedos de minhas mãos em medo.
Eu corria em desespero, choro e destempero
por não haver percebido o tempo ido
por não ter sentido teu doce aconchego.

A diastase imposta pela distorcida resposta
da auto imagem torcida, retorcida, re-posta,
tosca amostra do meu verdadeiro eu.

Mas já é tarde, perdida viagem,
nem eu tua, nem tu meu, apenas ausência
insone de Morpheu, resultando triste Orpheu,
só flor murcha que antes morta, não floresceu.

Rasgada passagem por minha vida,
agora já esquecida, não mais vinda, só ida
restando só, eu em fera, triste e ferida.

(Universo, me manda um potente verso,
que possa o tempo te voltar!!!
Que possa te dizer o quanto poderia
te amar.
Me dá, te imploro, por mais um segundo,
a ilusão de te ser querida, de pertencer ao teu mundo.
Perdão!!! Perdão!! segura minha mão e não solta!!!
Trás-me a esperança de volta!!! Vence com amor minha revolta!!!)

Mas,me fui sem nunca ter ido, sem ter-te
sem ter um dia tido, a chance de ver-te
vertido em jorro de afeto, desmedido,
sentir teu calor povoando minha libido.

(Então parto-me sem nunca ter-te compartido!!!)

Eu, burra vítima de loucura em insana procura,
para a cura do vício de procurar hospício,
para a habilidade de achar espinho propício,
para por um fim antes do teu ponderado início

Irei perder-te nesse triturado turbilhão?
Irei perder-te, essa única chance em um milhão?

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...