12.15.2009

Sentido negado, desejo exaltado






foto retirada do site google

Dolorosa é a volúpia da minha rosa ansiosa
por ter-te em vigor, em verso e em prosa
Dolorosa é ânsia de saciar o louco desejo
que tenho quando em letras imagino, vejo.


Vejo-te postar-te em solitária, carcerária, cadeira
expectante, extasiado, na ânsia, torcendo em crença
nu, vendado, preso, atado com seda suave e verdadeira
inalando o meu odor exalado que anuncia potentosa presença.


Ouvindo... apenas ouvindo, à pele o tato singindo
cego sem poder enxergar, obliterado, olfando
exaurindo pouca sanidade, delírio louco emergindo.
imobilizado, sem poder apalpar, alucina ansiando.


Absorvendo meu corpo, o exalar, arauto anunciando
ouvindo em passo distante o aproximar, esgueirando
provocando um leve roçar quente, o corpo queimando
minha pele escalda a boca à recusa, eu negando.


Dou-te um pouco, só para provar, de meu peito
vejo-te louco a sugar voraz sovendo, ardendo
floresce minha rosa, mas não deixo colher, receio
ficas ereto, louco, animado, insano, querendo.


Então fauno irado, descontrolado, soltas-te inteiro
apenas vendado, pegas meu corpo, brutal entropia.
Teu músculo doloroso parte-me, penetra-me ao meio
pegas-me de frente, entrego-me gemente, sacia...


Cegas-me de tanto desejo, fecho os olhos não vejo
sento-me á tua cela, desfraldo minha vela, louca
puxas-me forte, vertigem, tiras-me o norte, arquejo
beijo-te insana, aflita e humana, calo à boca.


Desliso minha mão sequiosa em tuas costas, sedosa
cravo minhas garras em tua pele, machuco, não fere
pegas-me pelas as ancas mostras-me força vigorosa
És meu único dono, soberano senhor, que prazer confere.


Entrego-me à tua vontade, súplica incoerente,
és meu dono, és amante, és poeta de desejo amoral
eu sou tua, sou musa, mulher confusa, florescente
és saciedade profusa de meu desejo vão e carnal.


És meu suplício, meu amor em letras imortal
meu desejo, calor onde evaporo meu corpo banal
Desejo saciado, com muso imaginado, imaterial
Meu gozo versado, sentido, pulsado, nascido ao natural...




Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...