8.01.2009

Beijos IV


Beijos beijados,
por ti enviados
atirados, grudados
na janela do meu dia,
beijos amigos,
tristonhos
bandidos,
apenas existidos
na minha utopia,
Beijos do além,
que me caem tão bem,
Beijos, beijos,
não fico sem!!!!
Beijos escondidos,
sussurrados, sumidos,
de uma mulher bonita,
beijos melados
grudados,
apertados,
enfeitados com fita,
beijos beijados
vermelhos e alaranjados
vindo enviados
por uma mulher bonita
Beijos, beijos, beijos insanos,
esmagados, desumanos,
curtos e que duram anos,
beijos beijados por debaixo
dos panos,
Beijos com lambida,
com data
e torcida,
dados com gosto,
na boca, no rosto,
no colo e no pescoço,
na minha mulher preferida.

Flores no ventre entre eu e a vertente, poética.


Pétalas caídas
despetaladas,
postadas, em cinza mortalha,
flores em palha,
pequenos resquícios,
do que um dia foram
nossos vícios,
amores e súplicios...
Flores restantes,
ainda vicejantes no ventre,
será que és tu uma pétala morta
ou apenas vidente?
Vai, me conta,
cada pétala,
cada conta que cai,
é um pouco do amor
que se vai, se esvai...
E só resta minha nudeza,
restante,
postada como livro
lido na estante
da tua alma,
como as flores,
espedaçadas,
cinzas espallhadas
no meu ventre
de ti distante,
( mais ainda resta,
uma única pétala em
fresca em festa,
vermelha vicejante,
em crença,
testemunha única
da tua presença,
meu preferido e imortal amante)


http://trovador.files.wordpress.com/2008/02/sensualidade.jpg

Eu criança...


http://mdemulher.abril.com.br/imagem/familia/interna-slideshow/am-fam-649-menina-calca-sapato-da-mae.jpg


Sempre me achei esquisita,
louca, bruxa, vidente, aflita,
Desde criança era estranha,
este sentimento sempre me entranha.

Andava vestida de menino,
subia na igreja e puxava o sino.
caia de árvore,
beijava o primo,
corria livre no campo
em desatino,
vivia em cores,
nunca em branco,
sentia amores,
mas só por encanto,
nunca ficava parada num canto.

Batia na porta,
e corria na rua,
Atirava com força,
pedra na lua.
Era brava, e boa de briga,
mas sempre era uma boa amiga.
Era aquela que sentava
no fundo,
falava, falava,
com todo mundo,
mas sempre bem me saía,
mesmo estudando na correria,
roubava escondida o sapato alto,
fazia corrida até cair o salto,
depois escondia atrás no porão,
para não sentir o peso da mão
da minha mãe me chamando no portão.
-Quem foi que quebrou de novo
o salto do meu sapato novo?

Me perdia vendo o caminho,
morava mais na casa do vizinho,
era criança e era feliz,
minha alma, calma
ainda sem cicatriz.

Mas o tempo vai passando,
o mundo girando,
os olhos fechando,
para as flores do campo
a vida vivida
sem tanto encanto,
Temos que crescer
sobreviver,
se aquecer, se vestir,
comer, multiplicar e morrer...
(Tanta complicação
nessa vida de uma só mão...)

Eu acho que não,
tenho em meu coração
uma certeza,
uma esperança,
que depois de velha,
se importância,
finalmente,
eternamente
volte para infância.

E poder falar bem alto
fui eu quebrei o salto!!!!

( afinal quem bateria em um velha poetisa louca correndo de salto e sem roupa?)

Ressurreição


Embora o dia insistisse
em dormir, cinza de pijama
eu decidi viver
sair da minha cinza cama...

Levantei, me sacudi,
me estiquei, me alonguei,
me resolvi,
Decidi,
que se me fizer de bonita,
quase todo mundo acredita.

Lavei meu cabelo,
pentiei meu pelo,
peguei meu negro
cavalo ( carro)
elameado de barro.

E fui passear pelo mar,
sentir o vento frio me beijar,
ver, ouvir sentir
só em faltou viajar
com os pássaros a migrar.

Me desliguei, respirei,
meditei,
quando vi flutuava,
aos poucos voltava
enfim a viver.

(pois antes resfolegava,
triste ser a sobreviver)

Ainda em mim...


Me dói o braço,
de tanto traço,
de tanta palavra escrita
que minha alma cospe aflita.
Palavra a mil se encadeando,
Palavras sem travas,
me abraçando,
palavras difíceis
e do dia-a-dia,
se transformando em poesia.
( sera que um dia minha cabeça
ficará vazia?)
Já perdi muitos poemas
feitos, só não escritos apenas,
quase perfeitos
que ficaram nos pretéritos
muito mais que perfeitos,
ficaram espalhadas
por toda as moradas.
Poesias choradas,
ridas,
despedaçadas,
bandidas,
doces,
tristes
compunjidas ,
todas elas fugidas
do meu inconsciente,
cético de ser ciente,
abafadas durante decadas
decadentes,
trancadas,
rangendo os dentes,
poemas puros,
outros indecentes,
alguns duros,
outros dormentes,
poemas de tudo,
do falante,
do mudo
e do descontente,
todo tipo de emoção,
todo tipo de vertente,
saem de mim,
docemente...

E isso me acalma
me colore a alma,
me deixa contente...

Então te rogo por favor,
não se vá meu amor,
não me deixe agora,
me acompanhe até o fim,
Minha amada,
poesia em "Mim"...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...