9.22.2009

Meus olhos de noite...




-Boa noite amor, como estás?
já te sente de novo como um ás?
Ou ainda um dois-de-paus,
massacrado por sentimentos maus?

Já te sentes inteiro, o único, o primeiro,
ou perceveras neste sentimento errado, derradeiro?
deveras angustiante e não verdadeiro?

Mas não te preocupes, nem te ocupes,
com outras distantes trupes,
sou só tua, não tenho amante,
sou tua, inteira, exclusiva, entediante...
desculpe-me se tenho um passado,
mas te juro, ele é distante.

Não sei o que acontece,
porque sempre quase fenece?
parece praga que não passa nem com prece
parace uma magia negra que cresce,
que tenta matar nosso amor, que floresce,
mas por favor,
não substime meu amor,
não transforme tudo em dor,
não me tires dos meus parcos negros olhos,
o resquício da tua cor.

Pinta-me!!!
Embebeda-me de tinta,
tira-me este negror
perdoa-me por favor,
pois quero ir contigo,
a qualquer lugar,
na rua, no mar, no abrigo,
(até no universo ao redor do teu umbigo)
Aonde me levar teu amor,
para qualquer lugar,
para longe ou perto do teu lar,
para comer com ou sem sabor,
só não enchas mais este velho,
torto e quase morto
conturbado coração
de mais dor...

"Me basta apenas segurar tua mão,
o resto é lucro",
te dou meu timão,
meu lugar, minha via, minha mão,
te dou tudo, inteiro,
sem faltar nenhum pedaço,
te dou tudo, até meu baço,
meu entrelaçar de corpo e braço,
mas não me sejas escasso,
pois és de tudo e todos,
o único que marcou-me para sempre
com indelével traço...

Onde estão os afestos concretos?

Onde está o amor concreto?
Voando em cima do teto,
em algum universo, ali perto.
Ou sentado esperando o momento certo?
Onde está o afeto?
É uma estrelinha brilhante
grudada no teto,
onde olho e imagino o céu aberto?
Uma estrela de plástico,
deste meu universo elástico
estático e quase estético,
É isso...
meu amor, meu afeto,
uma ilusão fluorescente
estática, fixa em meu teto,
onde apago a luz,
visto meu manto,
com lúdico capuz e
escuto teu canto que tanto seduz,
e imagino que o amor
é bom e certo...
que um dia chegará,
e que este dia está perto ( e certo )...

Ai de mim...




Chego a um ponto negro sem aconchego
chego e e me pinto de negro tinto,
sentimento que não minto, sinto,
chego neste ponto neste negro rochedo.

Sento-me, sinto-me, saudo-me pois só,
minha alma marcada de tanto nó,
não acredita, só dor, só há desdita,
dor aut-imposta, inventada, maldita...

Mas não me compreendo, me rendo
a loucura, lenta que me ocorreu
o mundo aos meus pés, e fujo correndo

Mas sigo sonhando, vidente vendo,
mesmo sabendo, louca sofrendo, que sou eu,
o pior inimigo, que venho tendo...


Amor virtual




Embebida em ti fiquei,
todo o tempo, todo o dia,
todo o fim da minha correria.
Embebi-me de ti, do teu dia-a-dia.
Te vi sorrir ao me mostrar tua vida,
tua gaiola de correria.
Onde cantas outras tantas cotovias...

E vi que me amas de uma forma pessoal,
que me queres o bem, não o mal,
que me queres, não me feres com teu querer,
que me queres querendo não me perder.

Sinto, como sinto...
louca embriaguez que me envolve, me dissolve...
me poetisa sem razão,
amputa minha luta contra esta incoersível perdição.

Não mais resisto, me jogo, precipito,
sussurro, berro, grito,
meu universo amoroso, impessoal e aflito...

E me acolhes, me envolves, me alucinas,
me faz acreditar em sinas e em destino,
eu uma pessoa norteada por científico tino,
me jogo, me estatelo, neste universo interno,
só rogo para que não quebre a cervical,
neste mergulho em pricipicio abissal
(ou início de amor imortal?)
Não sei o que será, só sinto,
me embreago a cada trago deste louco amor
viciante e alucinante tal qual absinto.

Meu amor que vejo, ouço, não toco, mas sinto...há como sinto!!!!! Meu louco azul-verde amor alucinante de absinto... é ele que amo e sinto, meu amor que não vivo mas pressinto e não prescindo mais...nunca mais...

Quem imagem serias?


Tua imagem, cifrada como "A mensagem"
"mens" que age em minha mente,
mente que me cativa, me faz inocente,
mensagem escrita "ao espelho",
com teu fundo vermelho
que me deixa inconsequente.

"Mens", mente, imagem, apenas imagem,
criada ao espelho,
meu espelho, teu relho,
onde me acosto, me encosto em teu seio,
teu grande e nutridor seio
que alimenta e conforta,
melhor talvez a imagem de uma porta,
onde entro sem bater,
portal que transmuta meu jeito de viver.

Chave, também és chave,
da ignição da nave,
que me transporta,
pela etérea porta que me aporta
sem eu mesmo perceber...

Nau, poderias ser uma nau,
de navegador incauto, destemido,
que sangra os mares com cera aos ouvidos,
para fugir do canto das sereias,
vis feiticeiras que te chamam das alvas areias...

Poderia ser mesa,
onde me sirvo de sobremesa,
para arrematar teu jantar,
a deusa embevecida de teu lar,
esperando-te eternamente,
para somente, e felizmente,
amar-te bem além deste mar.

Poderias ser pecado,
apenas pecado,
pecado triste e consumado,
traído, conspirado,
postado nu ao meu lado...

Mas isso não queria,
prefiro que sejas apenas alegria,
eu eu feiticeira, de carne de magia...
sublimando em versos esta agonia
de querer sem poder ter,
de amar sem consumar,
de viver sem ter todos os dias
a luz do teu olhar
iluminando meu dia tal qual o sol ao despertar...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...