1.02.2010

Silicone





Dizem que silicone é uma arma
que acaba até com carma.

Que é o remédio perfeito
que produz sensual efeito....

Que é um eterno poder,
nenhum verme  há de comer!!!

E assim, no meu epitáfio frio,
velho, cheirando a bafio,

Escreverei em tinta sintética:

"Morreu louca, cega e cética,
mas viveu em voluptuosa estética.
Era uma velha "porreta",
tudo já era murcho
menos a empinada teta!!!"


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A vida é...



EU E A VIDA
Jorge Vercilo

Vem me pedir além do que eu posso dar
É aí que o aprendizado está
Vem de onde não sonhei me presentear
Quando chega o fim da linha e já, não há aonde ir
Num passe de mágicas a vida
Nos traz sonhos pra seguir
Queima meus navios pr'eu me superar
Às vezes pedindo o que ela vem nos dar
O melhor de si


E quando vejo a vida espera mais de mim
Mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei, se tem fim
De elástica minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
Mais de nós, mais além


Vem me privar pra ver o que vou fazer
Me prepara pro que vai chegar
Vem me desapontar pra me ver crescer
Eu sonhei viver paixões, glamour
Num filme de chorar
Mais como é Fellini o dia-a-dia
Minha orquestra à ensaiar
Entre decadência e elegância zigue-zaguear
Hoje aceito o caos


O poeta, nesta música, me leu, ao invés de eu tê-lo lido...
Linda música, Jorge Vercilo!

Novo ano, vida cova!





Meu corpo percebeu,
só ele, não eu...

Dormi, acordei
nada mudou no velho mundo meu.


Nem rainha, nem rei
nem fogo de Prometeu...

O ano virou,
mas nada mudou,
tudo permaneceu
pode ser que até retrocedeu!

O velho corpo que há muito já me preencheu
comeu, virou, nem olhou,
adormeceu
não percebeu...

E eu?
Continuo desejo, porejo e caduceu!

Fracionando-me, quase achando-me
         sonhando e amando

sendo

Um quarto de lua que nunca encheu
minguando num beijo que não deu.

Assim decido, em fração vivo,
amplio meu rígido crivo

Quem sabe assim sobrevivo
a este novo ano que me acometeu...

Onde morre o pronome meu
e nasce o ser cético, ateu...

Onde tudo é nosso,
e onde viras "vosso"
onde tudo posso
até lembrar do que já morreu...


Estou curada!



Acho que estou curada,
minha palavra liberta.
Acho que está acabada
esta libertina coberta.

De versos que a noite cobria
era tristeza, eu via alegria,
era beleza, também agonia...

Acho que estou liberta
minha mente curada,
nesta ferida coberta
onde percebo-me... NADA!

(Apenas letras azuis e pretas,
num imagem perfumada...)





Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...