9.05.2009

Medo do fim da poesia


Me falta um tema,
uma voz uma foz
um fonema.

Que se manifeste,
contesete,
minha alma infeste...

Só um , um tema qualquer,
de home de mulher.
Ai que agonia,
não ter o que dizer,
ai este tédio,
tenho vontade de pular
deste prédio!!!!
De esperar o amanhecer...
Em plena solidão,
já bem alta do chão,
meu é ego é meu irmão,
com quem bebo e confesso meu medo,
conto pra ele minha vida em segredo
(degredo)
Ele diz "ainda é cedo,
não te vais dormir,
pois muito de ti,
ainda há que descobrir"
- Mas já vai amanhecer,
que tenho mais para conhecer?
Pare agora!o mundo la fora
que eu quero descer!!!


Por favor seu ego, nada te nego, tudo te entrego, mas te peço, não ter que escolher entre respirar e poetar, pois acho que abriria mão do ar...

Lágrima






















Uma gota salgada,
neste ocenao de mágoa.
Uma trégua, uma régua
passada,
uma folha amassada,

Lágrima,
um maço no fim, escasso,
um soluço sem espaço,
um laço, um apagar de
um traço,
uma negra linha em esfumaço.
um soco no meio do baço,
um distanciar, sem abraço,
um límpido líquido
em que me desfaço,
(e me refaço)

Uma vida,
triste e amputada,
amargurada.

Uma família distante,
distanciada,
pela diástase assexuada.

Lágrima,
uma página,
virada,
arrancada,
triste apagada
amassada,
em forma de água
na minha face rasgada
de mágoa,
vermelha, pletórica,
edemaciada.

Melhor água lavada
do meu coração
uma gota no oceano
da desilusão.

Lágrima,
um álgebra
quebrada,
soma errada,
eu, tu e minha alma calada.

Mas com lágrimas, minhas mágoas, são lavadas com essas águas tristes e salgadas, que serão desaguadas bem no fundo, do oceano do mundo.

Viver agora

Viver agora no calor da hora
Aqui dentro ou lá fora.
no movimento ou pasma demora,
sem sofrimento, dor ou desforra.

Só o momento, segundo, não hora,
não no futuro, hoje, agora,

Senestésico sentimento, do sol, do vento, do farol, surgimento,
da vida que me aflora, deflora, invade e não mais me apavora.

Insistente dinamite



Esta dinamite
não desiste.
Explode,
eclode,
insiste.

Tu meu homem dinamite,
Derrete meu coração
nesta prisão
gélida de  estalaguimite.

Não sei porque não desisto,
Será que é porque não existo?
Sou só sombra
que tomba,
frente teu maior quesito:
Tua explosão
em afeto aflito.

( Esquisito não?
 Vá se entender as loucuras do coração...)

Vivendo neste instante, com a mente distante...



Boa hora para um poema errante,
deste que brotam em um instante,
de uma alma louca, viajante,

Floresce em palavras que se tecem,
que crescem e amortecem,
esta saudade dilacerante.

Agora, iluminada, por este sol,
lindo, luzente, feérico farol
iluminando meu afeto, imigrante.

Neste segundo sou nada,
além desta luz refratada,
nesta tua íris, azul brilhante.

Nada além de um poema,
de ti, meu único tema,
nesta mesa, deste café, fervilhante.

Sou este raio traficado do sol,
desta primavera, tropical, neste atol,
ilhado por gente, irrelevante.

Pois só tenho visão para ti,
meu único e fiel amante,
imaginado, imaginante ...

Indecente loucura

Apoderas-te da minha mente,
sutil, doce, gentilmente,
a penetras e impetras,
este teu decreto secreto:
"serás minha, um dia neste mundo concreto"

Mas antes, serei louca amante,
vidente, ardente e distante,
sobrenadante na tua loucura,
serei mais doença ou cura?

Se for doença, quero ter a crença
que me cuidarás, me amarrarás, me envenenarás,
me venerarás, me beberás, me trancarás na tua solitária. (distância etária que nos separa e me paralisa)

Será que fui clara?
ou preciso desenhar,
será que estás indeciso
ou farás o que for preciso
para me ganhar?
Não importa,
um dia terás a chave da porta,
(este será teu ofício)
não fugirei, nem pularei
do alto do edifício.
Será que não serei tua hóspede,
em teu particular hospício?
Será que te darei a mão
e nos jogaremos nesse precipicio?

Vem meu colega, me pega,
que te ensino,
vem, fica comigo,
te faz pupilo,
que eu, eu? (...)

Te como à quilo...

Palco particular


Sou ator em meu próprio palco.
Sou fumo, sou ópium, sou álcool
vivo tudo neste escudo em que me acalco.

Sou ludo no meu mudo mundo,
vivo solta em meu escalpo.

sou livre dentro de mim
nos giros "giros" do meu cérebro sem fim...

E essa dor donde vem?



Me entendo conforme vou me lendo,
vejo melhor, não me vendo,
mas tiro dos olhos a venda,
observo com coragem a fenda
em meu corpo poético, de renda,
fino, trespassado, amordaçado,
meu louco corpo,
desenhado, etéreo, pouco e poetado...
Vivo com ele pelo meio,
vivo a vida de permeio,
vivo ou sobrevivo,
a poesia é um fim,
ou só um meio?

Não sei e não me interessa, para essa pergunta, na resposta, nem há pressa. ( só escrevo, não cravo no peito, atravesso o lastro deste teu leito, a encruzilhada, desta minha dor poetada) mas, já não dói mais o peito. Mas donde ela vem?... Agora?... Não vem de nada nem de ninguém...é uma comum dor, ardente como lava, que só entende quem a tem...

Chamada depressão, confundida com dor de coração...

A poetisa triste e bela

Poetisa triste,
olhos de azeviche,
lábios de canela.

Sua poesia existe,
em cada alma triste,
inspirada por ela.

De amores em vão,
perdido coração
em eterna espera.

Em cada desilusão
brota por sua mão
a métrica mais bela.

Deixa eternamente,
marcada em toda gente
que gosta e lê ela.

Cada dor pungente,
triste e gemente,
cantada é tão bela.

Pela poetisa triste,
que chora e resiste,
eterna, linda, Florbela.

Amor

Mil faces do amor,
mil faces de alegria e dor
mil faces de classes e de cor,
todos sedentos, despertos e sonolentos,
esperando o amor.

Será que ele é transparente?
Será que não tem cor?
Será que está como indigente,
perdido, inconsciente no meio da gente?

Porque será que tantos o querem?
Porque será que matam, se ferem
depois ficam chorando de dor?

Também quero, procuro, espero,
mas se não aparecer, não erro,
não morro, não mato, não berro,

vivo feliz com flecha de ferro
fincada por dragão,
bem no meio do meu coração
e amo silente, pacienciosamente,
este meu amor platônico,
(da minha alma o único tônico)

Pronto Socorro

É morte, nascimento vício,
é vida além de cada pricipicio,
é delirio, ardor, suplício,
é viver ouvindo auspício.

É correr, percorrer risco
e colher, é amar e não querer, misto
é duro marca forte, é Xisto
é tudo, é aquilo, é nada, é isto.

É furo, É faca, é muro, é maca,
é tudo, é vaca, é louca,
é leste, é peste,é suína,
é calda equina, é menino ou menina?

É início, é fila, é caminho,
é mãe, é o filho ou o vizinho,
é o gordo, o novo, o magro e vozinho.

É tudo, em entrópica tropical confusão
(só mesmo se Deus me segurar pela mão...)

Escolhas pessoais. (poetrix)

Não penso, só sinto,
não vejo, pressinto,
não desisto, prescindo.


Cada um põe o nome que quer em suas escolhas.

Meu trabalho, meu mundoII

Sempre me encanta,
sempre me espanta,
sempre, sempre,
ver sair do ventre uma vida.

Um novo ser no mundo,
um novo ser em um segundo.
mais um respirando, crescendo,
multiplicando.

Sempre um suspense,
uma tênue linha que me pertence,
ando de novo no limbo,
só que desta vez sorrindo.

Meu trabalho, meu mundo I

No rítmo louco alucinado do meu dia,
ouço o prenúncio anunciado sem poesia,
visto-me nestas vestes sem magia,
(salvo a vida graças a Deus e a tecnologia)

O destino é salvar até a selvageria,
não julgo, nem quero saber da bala, da via,
se souber, não me isento( dizer que sim: hipocrisia!)
jurei salvar ( mesmo ao vento ) todo o ser em agonia.

Na ponta da agulha alivio a dor e a agonia,
na traquéia acho o caminho (só há uma via!)
a pressão manipulo com poderes de alquimia.

Vivo no limbo, beirando a morte e a agonia,
mas salvo, (meu alvo certo é graças a magia)
Salvo sempre, graças a divina sabedoria.

Felicidade

Olho esse olho de luz,
esse lábio que seduz,
olho teu terno olhar,
e me lanço neste mar.

Me lanço. Coragem!
(não fico mais à margem).
Eu aceito! Eu aceito!
Essa viagem a teu mundo perfeito,

Alegre, feliz enfim,
tenho-te dentro de mim
sou feliz ser vidente,
do nosso amor, vejo a semente.

Cuidarei com mais cuidado,
ficarei sempre a teu lado,
meu lindo, meu ludo,
meu tudo, meu amado.

Ser feliz. ( POETRIX)

Na vida se é feliz por um triz.
Feliz de quem sabe ser atriz,
não sofrer por romper raiz.

A alma e o perdão.

( A alma)
Me pegas pela mão e me levas,
me tiras dos olhos as trevas,
essa minha cegueira de ilusão.

Vai, caro amigo do coração,
me ensinas este caminho
de uma só mão?

Me fazes esquecer,
de novo enternecer,
conseguir de novo querer.

(Perdão)

Deixa explicar-te
amar é uma arte,
esculpida à mão.

Se erras, te enganas,
te tornas palavras desumanas
só há um remédio para teu coração.

Eu, o perdão.

Mas não me peças a esmo,
peças perdão a ti mesma
e a tua própria ficção.

Perdão, minha querida,
perdão...

Só eu te salvo,
do teu próprio alvo,
negro no meio do teu coração.
Te torno de novo alva,
te devolvo de novo a calma,
te tiro da escuridão...

(A alma)

Grata caro amigo,
te levarei sempre comigo,
em cada luto e em cada gestação.

Me abro e carrego comigo,
teu calor meu caro amigo,
o brilho do teu trigo,
nutrindo meu coração.

Pretensão

Se sou jogada, atirada,
desvendada. Que queres enfim?

Porque então não dizes a mim?
Porque proclamas, faz loucas tramas
difamas, minha alma inflamas,
a enches de pus.

Coloco triste e negro capuz,
consomes minha parca e rara luz!!!


Porque carrego auto-imposta cruz?
Enjoado gosto de alcazuz...
O negro rosto que não seduz.

Porque? Sempre fui educada,
sempre comedida, medida, cuidada,
Porque dizes que me insinuo?
Pois noturno era meu segredo,
Será que transpareci por medo?
Porque me apontas
ao outro com o dedo?

Não minto, não tenho segredo...
Sou transparente, agora ser silente,
em degredo.

Obrigado, pelo apoptótico fim programado.
Mas estás enganado, nunca pretendi estar a teu lado...

(Talvez para um café, mas nem nisso ponho mais fé...)

Prosopopéia.

A manhã surge luminosa linda esplendorosa e primaveril. O frio escorre, não mais me ocorre, se vai do Brasil. Sinto-me bem, mesmo sem ninguém, me sinto "a mil". Pode ser só novo ciclo, onde eu fico, não mais com frio. Pode ser, pode ser, pode ser...Sempre o "que será que irá acontecer", mas nesta o sol se vai, vida esvai e a alma trai.(O compormisso mortiço de mudar no solstício.)
Sempre um novo princípio, lá adiante, numa nau viajante, distante, inalcansável e errante (que já se foi...). E nessa minha vida de boi, girando a mó, moendo espinho neste triste lírico moinho, minha alma em nó se sente mais perto do dia de virar pó.
Que bom que acordei, olhei o sol, o calor, o mar e despertei. Dormindo estava, há tanto tempo, que me perdi e nem mais sei. Mas sei que agora, justo agora, nesse tempo restante, vejo o sol, o mar distante e a vida, vivida a cada instante.
O Sol de setembro me invade mesmo não querendo, me faz brilho, me diz: - Não há trilho, seja feliz, louca, linda e atriz, te salvastes por um triz deste inverno da alma, não é mais abril (nem tu febril), tenhas mais calma, primaveril ser diletante, chorando com o pseudônimo de alma lírica, sôfrega e amante. Aproveitas agora, não adiante, pois se piscares... a vida passa em um instante!

ANA LYRA

Me veio assim, era para ser uma prosa, mas virou uma prosopopéia...
Enjoy yourself, if you can...

Amor próprio partido.

No sol do mar azul que me perco,
um mol de amor, triste e seco,
me invade tal qual marques de Sade,
me diz amor, dor que não mais arde.

Te aceito, mesmo pouco e rarefeito,
um amor que poderia ser perfeito,
se desfaz, numa luz triste e fugidia,
me desfaz, cresce a cruz, perco o dia.

Mas me chamas, me revolves, me inflamas,
reacendes a sendida longínqua chama.
Te imploro. Me deixes ir, se não me amas!

Mas insistes, persistes em minha cama,
me és triste, perdido tu, em tua fama,
Me amas? Ou só tu, ainda em chamas?

Talvez...

A languidez solstícia primaveril e sensual,
me invade com o vento, o sol e o sal,
ontem foi tormento, dia triste surreal,
hoje levou o vento a terra e o movimento,
para o mesmo porto, aportou novamente a nau.

Seria um novo início, propício e natural?
Ou apenas outro novo pricipício
negra fossa, fossa abissal

Te sinto, mas não mais pressinto,
um momento de conjunção carnal,
talvez se pare o vento
e no Brasil não tenha carnaval.

Talvez siga o lamento,
repetido tormento, rima banal,
talvez seja puro amor, ( meio estranho,
anormal).

Talvez, talvez, talvez...
eu deixe passar minha vez,
recupere de novo a cor da minha tez,
faça tudo, eu fale,eu me cale em bom português,
filosofe em alemão e até em francês,
Talvez quisá, talvez, acabem os porquês!!!!

O dia ressurge.

Tudo passa até a Hiroshima pessoal:
-Foi um fim, me desculpe, não foi por mal
o mundo acabar em cogumelo fatal.

Psicodélico, irreal:foi este o final!
Imaginado, triste, surreal,
apocalipse pessoal...

Mas, calcinados por cogumelo fractal,
os neurônios seqüelados passam mal,
vomitam incoerentes o veneno,
vomitam os líquidos que lhes fazem mal.

"Mas porque plantei entes demônios no teu quintal?
Plantei pensando que eram flores, mas não do mal..."

Desencanto

Triste canto em agonia,
a mais bela das cotovias,
voando em desatino,
amputando destino,
por um fio, que se tornou rio e mar.

Triste sonho de amar,
triste sonho de realidade,
melhor a falsidade,
melhor não falar a verdade...

Melhor fugir
e morrer
para a humanidade.


Pois morta já não existo, exito e não mais insisto, desisto, só sussurro, choro e não mais grito, parada cardíaca em meu peito, pericárdio sangrante, a morte chega em um instante, com faca invisível, aguda que me deixa muda, sufocada, absurda, Ceifada, amputada pela abrupta parada.

Indecente loucura

Apoderas-te da minha mente,
sutil, doce, gentilmente,
a penetras e impetras,
este teu decreto secreto:
"serás minha, um dia neste mundo concreto"

Mas antes, serei louca amante,
vidente, ardente e distante,
sobrenadante na tua loucura,
serei mais doença ou cura?

Se for doença, quero ter a crença
que me cuidarás, me amarrarás, me envenenarás,
me venerarás, me beberás, me trancarás na tua solitária. (distância etária que nos separa e me paralisa)

Será que fui clara?
ou preciso desenhar,
será que estás indeciso
ou farás o que for preciso
para me ganhar?
Não importa,
um dia terás a chave da porta,
(este será teu ofício)
não fugirei, nem pularei
do alto do edifício.
Será que não serei tua hóspede,
em teu particular hospício?
Será que te darei a mão
e nos jogaremos nesse precipicio?

Vem meu colega, me pega,
que te ensino,
vem, fica comigo,
te faz pupilo,
que eu, eu? (...)

Te como à quilo...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...