2.21.2010

À distância do impossível




Queria ter nascido noutra data
esta corda que me ata
à distância do impossível


Podias tu ser invisível
e eu nunca te desejar

Podia eu nunca dormir
e assim desistir de sonhar

Só não posso eu agora
sair rua à fora
para simplesmente te encontrar

Pois para mim é impossível
esta distância intransponível
maior que o céu e o mar.

Que é o tempo sempre a passar.

Nunca eu conseguiria
viver plena em alegria
e conjugar o verbo amar.

Hoje apenas sinto um vazio
de querer ter-te em meu corpo frio
cansado, triste a naufragar.


Digas-me tu que é besteira
que não serei a única nem a primeira
a um amor assim se entregar.

Sonho, te espero e quero,
conto cada vão segundo
quando retornas ao meu mundo
e posso ao menos te olhar

E assim perto, distante e concreto,
louca me ponho a te imaginar
sem roupa, meu e eu a te amar.

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...