2.26.2010

Dize-me...



Dize-me água fria que meu corpo banha
dize-me o porquê da sanha
abjeta que me entorta a meta
cega-me à luz que quer iluminar.

Diga-me o porque da necessidade
que me faz lúdica e triste
porque a espada em riste?
sempre pronta a decepar

Elucida-me este castrar cotidiano
que faz-me ser humano
a sobreviver e respirar

Fala-me da mó que esmaga
o coração:
"Da vida apenas o pão"

Triste sina assassina
mata meu pobre sonhar

Dize-me da vida:
Que é um ser que não sabe amar?

Remédio Ilusório


Remédio Ilusório




Toda a vitória nossa é vendida.

Tem-se o maldito remédio;

mas não sai gratuito à ferida.



A perna mecânica do amputado

O médico para o canceroso

As pílulas que te fornecem vida

A cadeira que devolve a mobilidade

O transplante na fila da crueldade

As camas confortáveis para se morrer!



Invenções que curam são caras

e até para despoluir há cobrança!

Pois tudo que não seja triste matança

é parcelado;

e pré-datado ao fim.



Eu invento amanhã

uma cura para tudo,

um xarope milagroso agudo

capaz de transformar os problemas

em adubo!

E vendo aos vendedores cientistas

pelo preço de suas almas.



Quando os inventores, lá no céu chegarem,

e ao verem duas portas, se perguntarem,

São Pedro dirá:

- O inferno é de graça;

para ficar no céu que inventamos

terá que pagar.



- Senhor! Não trago nenhum dinheiro comigo,

mas sou eu!

O inventor dos remédios fantásticos

que salvariam qualquer um.



São Pedro aponta os anjos:

Essas são suas vítimas.

- Vítimas?!

Precisavam de seu remédio;

no entanto, eram anjinhos pobres...

Na Terra não sobreviveu nenhum.



Poema de autoria do grande poeta e amigo Allan Pitz.

Fantástico. Conheçam mais em http://paquidermesculturais.blogspot.com/

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...