12.25.2009

Poemas que cortam

Do aço que corta-me,  face pálida
apenas o brilho basso da lâmina cálida
resta-me de lembrança da beleza ida
resta-me de esperança nesta vida.

Do pálido traço de minha mão ávida
qual hálito escasso nesta boca inválida
dando-me a palavra triste, ilustrativa
dando-me o semblante da altiva diva.

Para perder-me em ilusão destrutiva
para deixar-me factualmente à deriva
em humana, plena  e total dissolução

Segurando minha trêmula, enrugada mão
conduzindo-me para esta vala, vão,
torcendo que, talvez louca e pouca, eu sobreviva...

Novo paradigma





Doces são as palavras que brotam tal qual flores no campo
selvagem, expontâneo, instantâneo, lírico encanto
queria só que fosse alegria, magia e nunca pranto
queria só que fosse energia, sabedoria e acalanto

Mas sou eu, sempre há bruma em algum canto.
Mas sou ateu, no ventre há nenhum santo.

Mas eu canto, encanto e causo espanto,
Mas eu tento, tanto e tanto e no entanto...

Ansiosa, receosa, agitada torno-me temerosa
ciosa, fogosa, desencontrada torno-me aquosa.

Esmago sem querer a rosa
descompasso o verso em prosa.

Ficando assim parada, triste e pesarosa...

Mas mudo essa sina,
volto a ser menina

Assumo que tenho meia-idade.
Metade da minha sobriedade.

Louca saio a poetar em outra cidade,

De lírica, torno-me onírica FELICIDADE!!!!

12.21.2009

De quatro




Acato, aceito,
até anseio,
por este incauto ato
posto-me de dorso
ofereço-te meu pescoço
e meus membros,
quatro.

Não vejo teu rosto,
apenas sinto o encosto
de teu corpo
por cima posto.
Reclino, empino, arfo,
para facilitar de fato
Sivo-te então a ti
em meu leito-prato.

Pressinto terno momento
tua mão em meu mento
a outra guiando meu quarto

Sinto então o impacto!
Com força e resolução
pegas-me com tua mão
e partes-me ao meio
docemente sem receio
aceito,
contigo meu corpo
reparto...

QUE ATO!!!

Cinges-me pelo cabelo,
eu tua, nua em pelo,
encaixo,
Tua mão em meu peito,
abaixo,
conduzes-me pelo seio,
como se fosse relho
(te espio pelo espelho)
abrindo-me ao meio,
em ti me emparelho,
te aceito, acato.

Extendes-me
curvo a coluna
neste sentimento de bruma
que invade,
sentidos em alarde
meu corpo quente arde
em orgásmico ápice
que bebo inteiro
preenchendo meu corpo cálice
de ti...

Ocaso de mim




Nunca mais farei sequer mais um verso de amor
em mim o sol se apaga, eterno amoroso ocaso.
Nunca mais sentirei esta ilusória inventada dor
em mim o mundo gira até meu fim, sem nexo, ao acaso.

Rompido, rachado vaso por onde escorre, se esvai
minha alegre vida, a ilusão perdida, a eterna ida
para o vão do que nada que sou, louco abstrato haikai
que relata sem sentido a anatomia desta ferida.

Vou, já sendo póstuma à minha estrada desvalida
(existência, sobrevivência sem vida só ciência)
prazer de ter, tristeza de não ser, apenas querida.

Espero a morte com resiganação, infinita paciência
estou só por opção, situação por mim escolhida
dispo-me assim de vida, sou morte vestida com decência.


(Que o leitor tenha condescendência...)

Valsa da Solidão





Lanço-me aos braços pagãos
deste mundo vão
danço esta valsa triste.

Rodopio no salão,
Onde o vácuo de gente persiste.

[De mim saio, nada mais subsiste]

Nada antecede, nada precede,

[apenas a lembrança]

Insiste
Resiste
Alimenta

Esta minha alma intensa e violenta
devorando cada segundo de espera, atenta...


E eu? Rodopio do salão do mundo vazio

Vazio de ti...

[será que estou viva ou em letras já morri?]

Fado chamado amor





Do amor fiz-me escrava
e minh'alma fugitiva
desta flecha que crava
mata a mulher e a diva.

Do amor fiz-me altiva
fiz-me jaula de triste luz
solitária, independente, ativa
fiz-me algema de veludo e cruz.

Do amor...Decidi ser dor
por não ter nada que por
no lugar do verbo amar.

Mas hoje escolho sonhar
simplesmente me opor
a este fado chamado amor.

12.20.2009

Métrica louca



                                        Foto: Ana Lyra
                                          
Métrica que ressoa em mi´nha alma, insana
apenas me estranha final triste, algo constrito,
de sussurro se transforma, alto brado, quase grito
que em mim ressoa , lembra Pessoa, me inflama.

Ler-te imortaliza , facilita , alisa-me a mente
etérea, mobilizo-me, viajo, tal espírito errante,
tranformo-me em satélite reflectindo brilho distante
iluminada por tua métrica, estética, palavra fluente.

E assim deságuo-me em palavra forte, louca, sonante
minha vida, vida sem graça, se afasta do doente tempo
tranforma-se em graça, dando graças a musa radiante.

Sussurrando palavras lidas, contidas em minha mente,
sei que não sou musa, talvez intrusa , sem sentimento,
mas amo as batalhas que travas em fonético poente.

Saudade




                                    Foto: Ana Lyra
                          
  Saudade
rosa amorosa,
jardim da minha alma, irrealidade.

Saudade das horas perdidas a tarde
fazendo conta de idade
há setes dias nesta mesma
cidade.

Saudade
da viajante liberdade
de sentir-te na eternidade
companheiro sem idade.

Saudade, rosa triste amorosa,
enfeita esta mesa de renda mimosa,
refeição primorosa
menu à Marques de Sade
"Coração com tempero
de impossibilidade".

Amorosa arrependida
saudade
quem sabe te mate
a realidade
movida por essa grande vontade
de ter-te, um dia,
de verdade.

Já é tarde


                                                                                                         Foto: Ana Lyra
                                                                                               

Fulgor matinal que invade-me
arde fogo vivo, como arde
silencioso formoso sem alarde.

Porém tardio, chega tarde
a noite já invade-me
sinto frio, a vida evade.

Já não rio, aparto-me do que partiu
já quase parto meu fio
sem vida, mal vivida, sinto frio.

Mas arde, embora tarde,ainda invade
Sinto dor e sorrio
ao lembrar um amor que partiu.

Lembro-me do marques de Sade
A cada verso teu que arde
quando meus olhos invade.

Pena que tarde, muito tarde...
da mi'nhalma a esperança evade

(derradeira adorno-me com um verso feito de jade)

Vou correr, amputar-me
vou viver a rezar
vou virar frade.


(Assim quem sabe o desejo
se evade e para ser feliz
não seja tarde)

Deixa-me





Deixa-me olhar
este vão,
precipício,
corpo.

Deixa lançar-me
ao vão,
fictício,
bravio porto.

Deixa-me pegar 
à mão,
hospício,
amor louco.

Deixa-me dançar
ao chão,
castisso,
mundo pouco.

Deixa pulsar...
Coração,
sem auspício,
mudo e mouco.

12.18.2009

A poetisa amorosa




Minha alma
tinge-se de rosa
em uma reza fervorosa,
para que volte à vida,
em letras, amorosa.

Minha alma
em paisagem pavorosa
sente-se pesarosa
sem ti, alma perdida,
negra,tenebrosa...

Minha alma é carne, é rosa
quente, ansiosa
para por ti ser bebida,
saboreada, saborosa...


Minha alma
etérea, Vaporosa
voa longe, vigorosa
embora compungida
cativa,saudosa.

Minha alma
não é cautelosa
sem ti é fala aturdida
desencontrada,estridulosa.

Minha alma,
óh alma ansiosa
para ser tua, viçosa
em matéria, vida,
em tua precisa prosa.


12.17.2009

Passeando de mão com o lúdico.




                                                                    Foto: Ana Lyra

Na ilusão impávida, impoluta,
minha vida agranda, avulta.


[não avilta]

Toda a luz do mundo filtra
em janela da alma, bate, luta.

Tenta atenta crer num porvir,
senta, assenta-se num barco por ir.

Volta se entorna, escuta à porta,
espia o futuro, perfura o muro...

[será que irá sorrir?]

Pensa tensa em qual melhor ação.

[passo em falso leva a dissolução].

Dizem-lhe:
"Louca!!!
Vives a beijar-te a própria boca,
neste teu mundo de castelo e ilusão".

Mas não vivo em vão...
divirto-me enquanto não chega meu Rei

[enquanto ele vem ou não]

Assim chego mais perto do meu futuro certo

[o mesmo de todo e qualquer irmão]

Mas enquanto isso não ocorre
o lúdico socorre-me,
carrega-me pela mão...

[Acalenta-me em seu braços fortes de ilusão].

Magnânima queda no espaço



                                                                                     Foto: Ana Lyra
o.

12.15.2009

Sentido negado, desejo exaltado






foto retirada do site google

Dolorosa é a volúpia da minha rosa ansiosa
por ter-te em vigor, em verso e em prosa
Dolorosa é ânsia de saciar o louco desejo
que tenho quando em letras imagino, vejo.


Vejo-te postar-te em solitária, carcerária, cadeira
expectante, extasiado, na ânsia, torcendo em crença
nu, vendado, preso, atado com seda suave e verdadeira
inalando o meu odor exalado que anuncia potentosa presença.


Ouvindo... apenas ouvindo, à pele o tato singindo
cego sem poder enxergar, obliterado, olfando
exaurindo pouca sanidade, delírio louco emergindo.
imobilizado, sem poder apalpar, alucina ansiando.


Absorvendo meu corpo, o exalar, arauto anunciando
ouvindo em passo distante o aproximar, esgueirando
provocando um leve roçar quente, o corpo queimando
minha pele escalda a boca à recusa, eu negando.


Dou-te um pouco, só para provar, de meu peito
vejo-te louco a sugar voraz sovendo, ardendo
floresce minha rosa, mas não deixo colher, receio
ficas ereto, louco, animado, insano, querendo.


Então fauno irado, descontrolado, soltas-te inteiro
apenas vendado, pegas meu corpo, brutal entropia.
Teu músculo doloroso parte-me, penetra-me ao meio
pegas-me de frente, entrego-me gemente, sacia...


Cegas-me de tanto desejo, fecho os olhos não vejo
sento-me á tua cela, desfraldo minha vela, louca
puxas-me forte, vertigem, tiras-me o norte, arquejo
beijo-te insana, aflita e humana, calo à boca.


Desliso minha mão sequiosa em tuas costas, sedosa
cravo minhas garras em tua pele, machuco, não fere
pegas-me pelas as ancas mostras-me força vigorosa
És meu único dono, soberano senhor, que prazer confere.


Entrego-me à tua vontade, súplica incoerente,
és meu dono, és amante, és poeta de desejo amoral
eu sou tua, sou musa, mulher confusa, florescente
és saciedade profusa de meu desejo vão e carnal.


És meu suplício, meu amor em letras imortal
meu desejo, calor onde evaporo meu corpo banal
Desejo saciado, com muso imaginado, imaterial
Meu gozo versado, sentido, pulsado, nascido ao natural...




12.13.2009

Éramos Cinco








Vesti-me com capricho, afinco
[éramos cinco]  
Escolhi um raro poético brinco  
[éramos cinco]  
Não precisamos de uma multidão 
apenas um poético coração
pulsando em verdade. 
[éramos um na noite da cidade] 
Éramos cinco.  
Cinco, corpos em cada realidade.  
Somos um, um coração.  
[Sonhando em poesia, realizando felicidade] 
Somos um, juntos, coração. 
[Pulsando sóbrio, pleno de amor e vontade]
Somos um!!!  
Juntos em amor e sinceridade, Calor, humanidade, 
Resfrescando-nos ao sabor do sonho, 
soprados pela brisa do mar, do amor e da vontade.  
Inebriados apenas por versos, 
dos lúdicos universos nesta noite fresca desta bela cidade. 
[Somos um em poesia e sinceridade]  
SOMOS CINCO, 
SOMOS UM, 
SOMOS MULTIDÃO, 
SOMOS "BOOM" 
SOMOS WAF BRASILEIRO, 
BROTANDO INTEIRO, 
VOANDO NAS ASAS PELO MUNDO, 
SONHANDO NA REALIDADE.



Vestida de letras dançando com o mundo.

Guardei no mais seguro cofre forte
as jóias caras, de vultuoso porte

[que destes-me]

Todos os lindos versos
de sentimento confesso

[que fizestes-me]

Para um dia usar nas noites claras
de gala, todas as jóias raras

[que adornastes-me]

Junto com as vestes pretas
feitas todas de letras

[que ofertastes-me]

bordadas de veludo e ilusão
revestidas de cetim e confusão

[tirastes-me para dançar]

Dancei a lúdica dança
com cara de feliz criança

iluminada pelo lúbrico ecram
com luz de alegria vã

Dancei, rodopiei pelo salão,
tropecei, quase caí no chão...

Mas ergui, fingi, sorri,

(no mundo não se pode sofrer em vão)

11.26.2009

Por do sol na ribeira.





Do sol sossobrante da ribeira,
Sento-me só, sento-me à beira,
Penso qual seria eu?
Arbusto ou trepadeira?
Que arquétipo seria meu,
Carvalho ou velha figueira.


 Á brisa refrescante da ribeira,
sinto-me só, sinto-me à beira,
da loucura em tua palavra certeira.
das tuas carìcias que em verso galanteia.

 

Que fruto seria meu?
Maçã  de cobra sorrateira?
Enfeitiçando, atirando ao fogo,
Meu corpo de madeira.


Ao relvado verdejante da ribeira,
Só, nua, sinto-me inteira,
Dispo-me e espremes meu suco,
Em letras, para ti, sou videira.


No úmido hálito da ribeira,
À lua, dou-te minha rosa, brejeira,
Tocas-me e eu retruco,
Em teu corpo sinto-me faceira.


A borda secreta da ribeira,
umedeço-me por ti inteira.
Abro-me, dou-te meu muco,
dando-te à boca o seio-fusco,
que sei que tanto anseias.

 

Sentindo-te  não querer-te
 débil castrado eunuco 
para ter-me por tua, mulher, nua
dando-te em meu ninho a noite inteira.

11.25.2009

A musa desperta para a realidade.

Sinto que o encanto do belo fauno afasta,
o homem que tanto amo, que fácil inflamo,
agasta-me, (quase pressinto uma aura casta).
Choro triste, um sentimento imenso, desumano

Sento à espera numa fria luz que desespera,
o frio cresce, emudece e entristece a alma,
Que faço? Se em letras gasto toda uma era,
Que passo? Tropeço, percalço de mi'nhalma.

Sei que não sou musa apenas imagem de papel,
para ti sempre de blusa, difusa, fractada e irreal,
queria ser profusa boca vertendo versos e mel,
queria ser mulher simplesmente fêmea banal.

Mas não sou nada, nem musa, nem apaixonada,
nem luz, nem sol, nem soneto,nem corpo nu no lençol,
sou imaginada, fria estrofe esquecida, usada,
sou apenas um palavra mal escrita, mal rimada.

Queria ser gente, exalar pungente quente odor,
queria para ti ser uma bela e rara saborosa rosa,
queria dar-te meu copo inteiro com terno amor
outorgar-te minha alma feliz, forte e formosa.

Mas sou letras, esquecidas, tristes, apagadas,
pequenos, tortos e mortos, versos mal rimados,
sou espúrias tristes histórias alhures, mal fadadas,
sou épico insano de poemas loucos, mal-acabados,

Sinto-me triste, humana, ferida, só, esquecida,
sentia-me musa, amada, feliz, flamante, desejada,
hoje sinto-me intrusa, confusa, infame e  desvalida,
Será que ainda vivo, ou foge-me simplesmente a vida?


Devia ter uma lei, divina, severa e universal
"Quem fosse só, ímpar, deveria ser feliz!"
Cumprida, rígida, à risca com pena cruel, fatal
em Portugal, Espanha, Brasil, em qualquer país.

Mas não há lei coibindo a tristeza, bem sei,
só, triste, tornei-me, culta e  amarga mulher,
um rainha incauta num reino de areia sem Rei,
Uma sábia velha e louca  que come versos de colher.

11.22.2009

O muso se foi.

o muso se foi
levando por engano meu corpo de luz.

o muso se foi,
 virei casta monja escondida por negro capuz.

o muso se foi
não deu nem um oi, a poetisa se tinge de pus.

o muso se foi,
montado num boi com destino à cruz..

o muso se foi
foi-se o o muso, acabou-se seu uso.

Amá-lo seia abuso,
apenas ângulo obtuso,
músculo protuso.


O muso se foi
meu corpo de carne arde
color em minha noite tarde.

Saudade  invade,
mas tingida de verde jade
em esperança reluz..

Espero que o muso volte,
que nunca se revolte,
que solte
a poesia louca, vibrante, carmim.

[Apoesia erótica que existe em mim.]

11.17.2009

Tenho a fúria de todas a Fúrias em mim,
também tenho o riso tolo de qualquer Arlequim.

Tenho a beleza das flores do jardim,
também tenho o amargor da erva ruim.

Tenho o calor do fogo intenso, carmim,
também o  gelo alvo de um inverno sem fim.

Tenho o odor do singelo do belo jasmim,
também o fedor ocre podre pastim.

Tenho o sacro-santo manto de um serafim,
também a mais rubro manto não tão santo assim.

Sou qualuquer ser humano, de qualquer folhetin
rumando todo o ano ao destino do fim.

11.16.2009

Nua ao sol

Quente sol dourado aquece,


meu corpo que enrubesce

com tua luz luminar.



Lembra-me que sou corpo

e quiçá também porto

nos "vens-e-vais" deste mar.



Sinto-te sequioso aquecendo

minha derme vai sedendo

ao calor do teu olhar.



Eu, tu e meu coração,

neste meu ninho mansão,

vários quartos onde passear.



Paro por um momento,

saio na areia, adentro,

sozinha a te abraçar.



Sinto-te, sol, por dentro

lambendo meu ser sedento,

de livre viver e cantar.



Dispo-me, torno-me nua

desisto de ser lua,

(melhor meu corpo bronzear).



Nua, sol, deixo-me inteira

perdida tua, lua-sereia,

pérola à borla,à areia,só a ti esperar.



Docemente enrubescer, aquecer,

na mágoa, após, refrescar,

(nua adentro pelo louco amar).



Sentir, exalar, relaxar, seio à beira-mar

sol do lar, cais na orla do par.

(é muito bom ser poeta, nessas horas poetar)



Nua às marcas, pousar, apagar,

frutos das noites de chuva,

do corpo, do meu sonhar.





Trás precisão à minha pele,

morde-me mas não fere-me

(indecisão acaba de acabar).



Mesmo aqui sozinha,

do céu sou a vizinha,

(namoro o sal e o sonhar).



Posto-me inteira despida,

a ti sol oferecida,

inteira a me penetrar.



(quero minhas alvas marcas exterminar).



Beija-me passeia-me e atua,

no meu palco de pele sou tua,

possue-me ao me entregar.



Depois ardente minha pele,

a leve brisa confere

o doce beijo do ar.



E assim sinto-me ao sol...

Desejo feito farol,

iluminando rochedo no meu mar.



(Água do meu insano poetar.)

11.10.2009

Eu só queria um pouco de atenção,
dei-te minha vida,
beijei teu pés,
deitei-me ao chão.

Mas sempre um revés,
te impele ao não.

Não queria nada,
só um pouco de atenção,
um carinho,
sentir-me no ninho,
Um alento para minha solidão.

Dissestes " vou,
já vou,
espera princesa,
meu coração."

O que fizestes:
Tiraste meu sono,
fiquei qual cão sem dono,
procurando migalha
para comer,
no chão...

Amor, amor, perdido, vão...

11.02.2009

Amor inexistente.

És tu meu inexistente amor,
a cura para minha vida sem cor.
Personagem principal do meu sonho,
fuga do meu mundo enfadonho.

Chego a sentir teu tato,
seria este o cenário do último ato,
"O grande amor"
Seria este o epílogo deste conto de dor.

Mas és apenas imaginário,
continuo perdida neste mundo ordinário,
sou apena uma ruga a mais,
refletida no espelho do armário,
Sou mais uma das imagens banais,
deste meu porto sem cais,
sem navio, nem vapor
nem conjunções astrais.
tenho tudo, menos amor
Sou eu sobrevivendo,
sonhando, escrevendo
não existe mais nada por de trás.

10.31.2009

Sou nada

A vida se cala,
nada exala,
entala em minha língua,
a míngua de fala,
viajo sem mala,
pois nada tenho
nada detenho,
nem sei se vou,
ou se venho,
não sei se sou,
se tenho...

Morro a cada instante
vivo de arte diletante.
meu ar restante,
nem mais retenho...

Sinto que minha vida acaba,
vivo em estreita aba,
sinto que sou nada,
nem bruxa, nem fada,
sou fado de um coração,
que já morreu,
apaixonado...


Lembrança do passado...

 à espera dos dias que não vinhas
 o sonho se desfazendo em desejo distante
 conflitos errantes da alma
 uma foto de passaporte
um suporte de sonho sem calma.

Um destino pastado na palma,
um foto, flácida, uma oração,
naquele tempo,
viajou para longe meu coração.

 Uma visita a tua vida,
 minha vida à morte
uma balsa, um rio,
acreditava ter-te
sorte.
 Uma noite de frios
 não chão duro,
um momento sem futuro,
 com meu coração
 macio.

Humanos, simples insanos,
num longínquo passado de cio.

Ao amigo poeta

Atinge-me
homem sem rosto,
sublime gosto,
língua que canta.


Na tristeza, posta em beleza,
minha alma com certeza,
se encontra.

(Já li tantos que perdi a conta)

E cada vez quero mais,
Letras que se transformam em cais,
onde ancoro minha alma,
(triste, alijada, sem calma...)

Procuro na palma
uma razão,
uma linha na minha mão,
para que possa eu criar ilusão,
mas não existe.

Existe a certeza,
das letras em beleza,
que me encantam,
cantam melhor que eu
meu pranto.

Um sentimento santo
de admiração,
brota vertente,
verte de meu peito doente,
verte e conserva-se
casto, distante e coerente.


Um terno fraterno
sentimento de irmão.
Conservo, pois percebo
a importância das letras que bebo,
bálsamo para meu coração.

Que as vezes na sombria noite,
onde me invade o açoite
do desejo do fim,
vejo algo além de mim
uma vida escondida.

(Todo mundo tem ferida,
mas nem todos sabem cantar).

Um copo também pode conter água.
mas nunca conterá o mar.

As vezes me sinto sábia.
as vezes parece só lábia,
para me enrolar,
enganar, até meu tempo terminar.

Canso-me, nada mais pode me descansar,
anestesiada,
não sou nada,
só uma triste poesia a rimar...

Mas tenho um poeta que tenho apreço,
queria ser como ele, um terço,
para poder poetar,
rimar com métrica santa,
enrolar-me a noite em uma manta,
beber, sozinha fumar,
deixar fluir os pensamentos,
que habitam o éter, o ar,
e assim dar sentido,
e este meu destino sendido,
sobreviver, para criar meus filhos,
presa a estes lúdicos  trilhos,
que se chamam poetar.

E assim ler-me e achar-me pouco genial,
querer sempre fazer o melhor poema,
de mim, do meu dia brotado tema,
nascido  do meu peito, belo, rítmico perfeito
poema que surta efeito,
que traga o bem  e me afaste do mal...

Amigo poeta, essa poderia ser minha meta,
seria para mim um mundo mais normal,
sublime, puro, belo e firme,
como teus poemas de beleza descomunal.

10.29.2009

Os tempos


Prostrada no chão,
ergo minha mão,
conclamo a união,
com o céu,
para extermínio
da escuridão.

Peço a Deus, por tudo, perdão!
Purifico, clarifico meu coração.

Me livro do pecado,
da carne encarnado.

Nego-me o negro lado.
Sinto-me ao fim, conclamado.

Toca a primeira trombeta,
a porta é fina, estreita.

A escolha tem de ser feita,
não com "ficar parado",
tem-se que escolher o lado.

Escolho o amor, o sagrado,
meu corpo ao mal é fechado.

Meu espírito pelo anjo,
é chamado, "o tempo já é chegado".

Só os de puro coração sobreviverão,
verão a luz que dissipa a escuridão.

Depois dela vem o silêncio,
é isto que ouço,
é isto que penso.

O mundo é vasto imenso,
o momento gasto é tenso.

Portanto meu irmão,
dê-me a mão
e juntos enfrentaremos as trevas
constituiremos regras,
exterminaremos a escuridão.

Iremos com calma,
com firmeza na alma,
armados com clareza na mão,
coroados com beleza no coração,
armados com amor de irmão.

Assim venceremos,
sobreviveremos,
com poesia e amor
construiremos
uma nova dimensão.

Onde só exista, paz, amor e união.

Anjo de LUZ


Anjo de luz onde estás?
Me salva, não deixa-me para trás.
traze-me a paz,
traze-me o amor,
anjo de luz,
afasta-me do mal,
anjo de luz
desfaz o desejo,
o pecado carnal,
anjo de luz,
me envolve,
me cobre com teu capuz,
dá-me a paz de espírito,
faz com que ecoe teu grito
ergue-nos aos céus,
dissipa estes negros véus
que estão acima,
traga nos nova luz,
que refaz e reluz,
faz que cada língua,
não fique a míngua,
que se cante aos quatro ventos
canto de perdão para afastar o sofrimento,
canto de amor que acabe com a dor e o tormento,
canto de paz que harmonia traz
canto de louvor que esparge amor.
Anjo de luz nos enche de emoção
Anjo de luz purifica o coração,
Anjo de luz me confere o perdão
Anjo de luz me carrega pela mão,
estou na luz, temendo a escuridão.

Pois sou filha da luz,
cujo pai é filho e espírito em santa missão.

Ser luz

u sou luz,
luz que extermina a escuridão,
luz que elimina
esta dor no coração,
que nem vejo nem sei
só sinto,
dor que antevejo,
com a mente,
pressinto.

Sou luz que dissipa-se
em verde planície
sou luz que penetra
além da superfície,
sou luz que desinfeta
o intelecto,
sou luz que induz
ao rumo, erecto,
Sou luz que ilumina
o prumo que vem acima,
sou luz que viaja
se refrata,
e não extermina,
luz que ilumina,
louca dança e fascina,
sou luz que se reproduz
e dissemina.
Sou luz em facho,
que ergue o homem
cabisbaixo
sou luz que seduz
o inseto e fatal facho,
sou luz enviada
por uma mão iluminada,
sou luz,
apenas luz,
em tua pupila dilatada,
necessito ser luz,
precipito o pus,
que brota em cada grota
cada recanto sem encanto,
em cada gota, cada pranto,
em vazio peito sem acalanto,
necessito ser luz,
por tudo e para tanto,
serei sempre luz,
envolvendo em poético manto.

Acorda!!!

Acorda!!!!
Chega de viver na borda
de olhar de fora o espetáculo,
chega de criar obstáculo.

Reune tua orda,
chama teu filho,
vai pular corda,
cantar alto um estribilho.


Desperta,
deixa a porta aberta
do teu coração,
inventa na hora uma canção.


Cantarola,
desenrola a tristesa
presa no teu pé,
adoça teu café,
"de amarga ja te bastava a vida"


Abra seu peito,
olha este mundo perfeito,
cheio de cor e luz,
tira do olho o capuz,
deságua tua mágoa no rio,
deixa para o mar levar,
tudo que não seja o verbo amar...

Libera teu coração,
seja louco e sem noção,
ame o vento e cada irmão,
abraça teu mundo,
num gesto profundo

Te larga,
vá para ´"Passárgada"
Seja amigo do Rei,
lá serei feliz, eu sei!!!



Tua namorada

cordo aturdida na madrugada,
te procuro, no escuro,
(sou a tua namorada.)

Te procuro, no mundo, no universo,
num verso, num grande buraco escuro
no meu peito,
sozinha em meu leito
sou nada...nada!!!!

Varo as letras,
intercepto cometas,
Sequestro versos em letras pretas,
te espero, parada,
prostrada, sonada...

(Sou tua namorada?)

Me pergunto,
não tenho outro assunto,
me tateio, me unto,
e nada.

(Tu já tem outra,
louca insana,
namorada?)

Acordei aturdida,
perdida,
sou a preferida?
Ou preferência perdida?
I.D.deletada?

(um dia fui eu tua namorada?)

Sou eu tua suada,
imagem espelhada,
da tua vida,
requintada?

No fim da fila,
seria um dia,
real, realidade,
vivida, sentida,
amada?

Sou eu
tua tão esperada,
princesa, por ti
inventada?

Resgatando tua sexualidade,
anestesiada?

(Adoro ser tua namorada...)

Tens minha vida,
minha arte, minha vinda,
minha parte nunca finda,
imensa e imaculada,
presença,
onde a crença
que um dia serei por ti
eternamente amada,
linda e paciente,
de ti meu imponente
expoente de palavra cantada

Derreto-me inteira
em minha memória,
fractada,
em fractal pensamento na madrugada...

No meu leito sozinha,
aguardando-te inteira,
feito Helena tecendo,
imaculada.

Sofrendo, desmanchando,
re-tecendo,
a cada dia que sou não sendo
de ti Odisseu,
em Ilíada,
paixão
desventurada.

(Pequena Helena,
por ti enfeitiçada)

Sem ti, meu épico Herói,
não sou nada,
sou tristeza que corrói,
(alma presa a ti e a madrugada).

Sou tua expectante, alma errante,
a única identidade
que restou.
A musa que morreu
e te inspirou,
suspirou,
e faleceu,
num último verso teu,
que a ela dedicou.

(Sinto-me quase nada
uma sombra inventada,
refratada no ecram
da madrugada...)


Ainda bem que ainda sou a tua,
de bom senso ainda nua,
namorada!!!!

Sou criança


ou criança, tenho confiança,
me encho de esperança,
no que dizem-me acredito,
(velho hábito maldito).

Fico a porta esperando a mãe chegar,
tenho mil histórias para contar.

Falo tanto que até irrito,
me atrapalho, quando falho,
fico com coração aflito,
as vezes me corto, me retalho,
então levo um ralho,
choro triste, até grito.

Mas esqueço, permaneço,
acredito,
perdôo, louca vôo,
nado, pedalo,
corda pulo,
puro o muro,
fecho os olhos
e estou no escuro...


Me dispo sem pudor,
e sem pecado,
já não sinto mais calor,
(tinha-te a meu lado
a correr a todo vapor).

Sou criança com confiança,
falei de mim, de esperança
me abri, rasguei-me a pança,
me prendi inteira, sem fiança.

E me sinto extripada,
uma imagem enviada
sem querer,
um mensagem, enganada,
fui escrever, e imagina!!!
Uma imagem desatina,
(quase não pude te ver...)

Mas é mesmo assim,
acredito no papai Noel até o fim,
(se quiseres e me pedires,
dou-te até meu rim).

Sou criança e a confiança,
se refaz a cada dia.

(De-me uma bala de tua poesia,
que me refaço em alegria.)

Sou criança, de trança correndo de calcinha,
me escondo atrás do muro da vizinha,
se deres-me esta bala,
fico muda caladinha,
leio embaixo la da mesa da cozinha...

Sou moleca, levada da breca,
mas sou boazinha.

Sou criança, só perco a confiança,
na miragem, sem mensagem, na tardinha...

Verdade, maldita verdade!!!

Porque me persegues?
Desgraçada,
inquieta, irritante e prepotente?
Porque me arrasas?
Me abrasas?
Me tiras o sorriso,
contente?
Porque não te calas,
Me falas?
(sempre!!!!!)
Todas as coisas dormentes?
Porque tens esta mania impertinente,
de me tornar onisciente
cônscia e ciente?
Desde a infância,
me impregnas com tua fragância,
me sorris,
com tua cara de sã e inocente.
Sempre mais cedo ou mais tarde
te revelas,
desvelas as pequenas nuances,
(inconsequente!!!).
Por que me tomas?
Me atropelas e me abandonas?
(prostrada na pista,
exsangue, chocada e inconsciente)

VERDADE, cruel verdade,
que sempre aflora,
me deflora,
estupra,
desvirgina,
me amputa,
o sonho de não saber-te
e viver em doce delírio,
(inexistente e inocente).

Preferia não saber-te
e inventar-te a cada dia,
(lúdica e docemente).
Mas proeminente,
és tu verdade,
que me arrasas,
me abrasas,
sepulta minhas brasas,
que o sonho em fogo me acende,

Depois vens e mata,
sepultas, aviltas,
quando te avultas,
e exterminas,
assassinas,
mais um tentativa
de'u viver e acreditar em toda gente.

Anjo de luz

Anjo de luz onde estás?
Me salva, não deixa-me para trás.
traze-me a paz,
traze-me o amor,
anjo de luz,
afasta-me do mal,
anjo de luz
desfaz o desejo,
o pecado carnal,
anjo de luz,
me envolve,
me cobre com teu capuz,
dá-me a paz de espírito,
faz com que ecoe teu grito
ergue-nos aos céus,
dissipa estes negros véus
que estão acima,
traga nos nova luz,
que refaz e reluz,
faz que cada língua,
não fique a míngua,
que se cante aos quatro ventos
canto de perdão para afastar o sofrimento,
canto de amor que acabe com a dor e o tormento,
canto de paz que harmonia traz
canto de louvor que esparge amor.
Anjo de luz nos enche de emoção
Anjo de luz purifica o coração,
Anjo de luz me confere o perdão
Anjo de luz me carrega pela mão,
estou na luz, temendo a escuridão.

Pois sou filha da luz,
cujo pai é filho e espírito em santa missão.

Os tempos


Prostrada no chão,
ergo minha mão,
conclamo a união,
com o céu,
para extermínio
da escuridão.

Peço a Deus por tudo perdão,
purifico, clarifico meu coração.

Me livro do pecado,
da carne encarnado.

Nego-me o negro lado.
sinto-me ao fim conclamado.

Toca a primeira trombeta,
a porta é fina, estreita.

A escolha tem de ser feita,
não com ficar parado,
tem-se que escolher o lado.

Escolho o amor o sagrado,
meu corpo ao mal é fechado.

Meu espírito pelo anjo
é chamado, "o tempo já é chegado".

Só os de puro coração sobreviverão,
verão a luz que dissipa a escuridão.

Depois dela vem o silêncio,
é isto que ouço,
é isto que penso.

O mundo é vasto imenso,
o momento gasto é tenso.

Portanto meu irmão,
dê-me a mão
e juntos enfrentaremos as trevas
constituiremos regras,
exterminaremos a escuridão.

Iremos com calma,
com firmeza na alma,
armados com clareza na mão,
coroados com beleza no coração,
armados com amor de irmão.

Assim venceremos,
sobreviveremos,
com poesia e amor
construiremos
uma nova dimensão.

Onde só exista, paz, amor e união.

Ser luz

Sou luz,
luz que extermina a escuridão,
luz que elimina
esta dor no coração,
que nem vejo nem sei
só sinto,
dor que antevejo,
com a mente,
pressinto.

Sou luz que dissipa-se
em verde planície
sou luz que penetra
além da superfície,
sou luz que desinfeta
o intelecto,
sou luz que induz
ao rumo, erecto,
Sou luz que ilumina
o prumo que vem acima,
sou luz que viaja
se refrata,
e não extermina,
luz que ilumina,
louca dança e fascina,
sou luz que se reproduz
e dissemina.
Sou luz em facho,
que ergue o homem
cabisbaixo
sou luz que seduz
o inseto e fatal facho,
sou luz enviada
por uma mão iluminada,
sou luz,
apenas luz,
em tua pupila dilatada,
necessito ser luz,
precipito o pus,
que brota em cada grota
cada recanto sem encanto,
em cada gota, cada pranto,
em vazio peito sem acalanto,
necessito ser luz,
por tudo e para tanto,
serei sempre luz,
envolvendo em poético manto.

10.25.2009

Meu mundo fantástico, universo elástico

No castelo de cristal da utopia,
a noite é noite, o dia é dia,
desfaço-me em fractais luzes luzidias,
encadeadas pelas atemporais agonias.

A busca incessante de sentimento distante
vestido de luz, guerra e cruz, bordado magia
sou feiticeira, única, guerreira e restante
que grito encantos, seco os prantos com poesia.

Meu mundo é distante, lindo verdejante,
feito de luz, cristal, amor e harmonia,
mas perdida estou neste mundo restante.

Aguardo, não guardo mágoa, sou viajante,
de nau errante, perdida, sem semelhante
neste mar vibrante, ondulante de mágoa e fantasia.

Resposta muda em mim.


As palavras fogem,
fogem de mim,
não digo nada
cheguei ao fim.

As palavras morrem
dentro de mim
não sou nada
nem flor, nem amor
nem jardim...

As palavras voltam e se revoltam contra mim.

Sou nada,
um pedaço triste
do laço
de amor
que tens por mim.

Um abraço solitário,
imaginário,
dado por teus olhos
que me olham
dentro de mim.

Viver sem ti...


rocuro em vão, um gesto , uma luz, um amor de irmão,
um coração, um resto, uma cruz, uma dor, um tostão,
procuro em vão, o resto de uma gesto,
uma luz na cruz,
um amor sem dor
(sinto-me órfão e sem irmão,
não valendo mais que um tostão).

Procuro em vão,
teus olhos a meio a fumaça da multidão.
Meus olhos olham em vão,
torno-me fumaça, cegando meu corpo,
que te procura em vão.

Procuro um vão,
para entrar uma luz
o amor que sinto,
e não está nesta multidão.

Procuro em vão,
por teus olhos,
perdidos dentro de mim,
e eu no meio da fumaça,
e da multidão...
viver sem ti, é viver em vão...



ANA LYRA

Momentos onde sentimo-nos imensamente sós e vagando em vão na esfumaçada escuridão do barulhento silêncio que não me diz nada, imersa numa amorfa da multidão...

Poema comentário a uma amiga de sentimento visionário


Viva este novo momento,
acabou-se o sofrimento!!!
persiga esta meta,
a vitória a ti é certa.

Viva respira este sonho,
veja o fim do viver enfadonho,
não viverás mais em dor,
viverás de poesia e amor.

Neste poema rítmico como canção
iluminas, confirmas tua voz do coração
por isso a ti vaticino sem medo.

Não será tudo isto engano ledo,
será um linda e verde realidade,
que cura a secura de viver sem felicidade.





ANA LYRA


Este poema veio secundário a leitura do poema "O novo momento" de Lila Marques e posto ele a pedido desta irmã de rima que admiro imensamente. Grande abraço cara colega.

Este mundo mágico


Este mundo mágico me permeia,
me guia, me torna,
me tece, me fia,
este mundo iluminado
por luz etérea e fugidia,
mundo antes de noite,
agora sol fulgurante
em pleno meio-dia.

Este fim do fim trágico,
definido pelo sopro mágico
do espírito desta estrela guia.

Este começo plástico,
estético, drástico e ético
que me põe a fazer escolhas em agonia.

Mas da-me, chão, puxa-me pela mão
torna-me são e transformando-me em alegria.

Mundo, mundo mágico lindo e profundo,
trazes-me deste outro mundo,
um mágico capuz, uma vida sem cruz,
uma amiga que em espelho me traduz,
acompanhando-me em sonho, luz,
encontro destino e alegria.



ANA LYRA


Aluzão a este mundo mágico que vivemos, conduzimos e muitas vezes não percebemos, nos perdemos, perdidos em tristeza e agonia, mas este mesmo universo, bordado de rima e verso, também nos conduz a uma felicidade terna bela e eterna construída a cada dia.

10.16.2009

Amor cansado...

Tão triste, que até  desiste, te amar doeu,
deu um susupiro, disse "até" depois morreu,
tentei ainda com fé, reanimar mas não deu
 indo e vindo que nem maré, um dia se perdeu.

foi o amor, que suspirou, ao acaso e morreu
foi a dor, que expirou o prazo do Prometeu
foi a cor, que mudou, no caso, o olho teu

mas como renda esta senda se rompeu
mas com fenda esta moenda me moeu

Digo com calma, com alma que não fui eu,
foi a salva de palma de uma platéia que me escolheu

Não fiz nada, era namorada de um homem ateu
desacreditada, mal amada, não é amor, é só "meu"

Possessiva possessão que nos perdeu
obssessiva obsesção que nos comeu

Já é a hora, vou-me embora, amor de Romeu,
pois agora, tomo veneno, canto com  dor de Orfeu

 Coração triste, desci ao ades, mas ja partias, partida eu,
 não mais existe, com sabes, alegrias, morria eu...

Adeus aos olhos teus, amores meus, que te enganaram
foram ferrolhos teus que no teu ciúme me aprisionaram...

Viramos pós, não somos mais nós, moidos por mós
não tenho nome, mudei pronome e a dor não some...

Melhor separados,
temos nossos lados,
humanos, errados,
incopreendidos.

Amores alados,
desenfreados,
mal tratados,
findos e ofendidos....

Que pena, min'nha alma pequena ainda me diz que valeu apena,
parto serena mal comprendida, sigo triste a minha vida...
pequena...

10.15.2009

Amar um amor.


Esta luz fascinante deste teu olhar distante,
esquenta minha alma errante e com frio,
Este brilho de estrela distante
me deixa delirante, acende meu pavio.

Esta expectativa louca e vibrante
de ver esta estrela fascinante,
desviando por mim um curso de rio
me faz trapezista, artista
me tece fio-a-fio.

Preenche meu corpo vazio,
aquece minha alma, da calma
me afasta da vida casta e com frio.
Derrete meu corpo, quase morto,
que ainda não caiu.

Quero ser tua, nua sem véu,
iluminar como lua teu céu,
dar-te na boca candura,
eliminar teu fél...

Sou eu loucura,
a cura, que procura,
a frescura de um amor
com sabor de "meu" e de mel.

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...