9.27.2009

A feiticeira do tempo e o dragão parte I













A história da feiticeira do tempo e do dragão é a seguinte.

A feiticeira é uma jovem maga, rara, que carrega dentro do peito um poder mágico, o coração de dragão. Ela é filha de uma feiticeira muito bela, que vive em uma lua distante. Desde pequena ela foi criada no castelo do tempo, por sua mestre, a feiticeira Luzidia junto com as ninfas, beleza, sincerida, força, inteligência, e amor. Assim ela cresceu, para depois da morte de sua grande amiga e mestra Luzidia dar conta do controle do tempo e encontrar uma sucessora.
Seu destino foi alterado quando, por ordem do Dragão mor, Tanatus, um Prícipe do mal, Luzidia foi sequestrada, e dita como morta. O tempo acelerou-se e houve uma grande degradação em todos os mundos, conforme o negro Dragão de olhos de fogo Tanatus queria, aumentando toda a energia negativa de trevas no universo. Após uma grande batalha do Exército Ametista ( força de resistência do bem ) recuperou-se o sangue da Feiticeira Luzidia que foi colocado em uma ampulheta, e marcava a passagem do tempo e transmutava a energia negativa do mundo, mas só quem podia manipulá-lo era a jovem  Feiticeira de coração mágico de dragão.
Então ela viu-se  com a responsabilidade de regenerar todos os mundos através da energia positiva dos sincronismos, que são encontros que tornam o mundo melhor. Intuitivamente ela conseguiu sentir como vibrar para o mundo ser melhor e de sua lua liláz irradiava os pulsos certos do tempo que faziam com que as pessoas se encontrassem e o mundo fosse melhor. Era um trabalho artesanal, mas já conseguia ver pequenos sinais que o mundo melhorava, via os direitos humanos sendo criados, embora em muitos lugares sem serem cumpridos,  a consciência ecológica florescer, a violência contra as mulheres e crianças diminuir, ela tinha fé,  acreditava que as coisas aconteceriam e que o mundo de amor seria uma realidade em todos os mundos.Tudo ia bem, embora devagar, via-se progressos, até que  um dia um dragão desconhecido entrou e roubou seu coração mágico. Ela  viu-se só, observou seu trabalho inteiro de uma existência ser perdido, mas não se desespera, resolve lutar e recuperar o coração mágico de Dragão e poder continuar trabalhando para existir este mundo melhor.

A feiticeira e o Dragão.

Era  uma feiticeira,
linda, bela e faceira,
morava em lindo convento
controlava o mundo o tempo.


Era linda e feliz,
vivia como sempre quis
vivia no reino da cor,
onde não existe dor, nem calor, só amor.


Seu mundo cheio de cor
era perfeita harmonia
onde se vive ao sabor
da dança e da alegria
onde não exite rancor,
inveja ou agonia.




Mas, ninguém sabia
o  que a feiticeira sentia
dentro do seu coração
mágico de Dragão...


Herdado do pai amado
príncipe dragão coroado
daí vinha seu poder,
poder do tempo acontecer.


AH feliz feiticeira,
herdada função superior
de todas sempre a primeira.
do tempo ela é o motor
òh feliz feiticeira
ninguém poderá se opor!!!
.....


Acordou aquele dia
já luzia a luz da cor
aurora azul, claro matiz
prenuncio de um dia feliz.


Mas tinha algo errado...
o ar estava parado,
as cores da luz do tempo sem ação,
tremiam com indefinição...


o que poderia ser?
o que estava a acontecer?
checagem ela faria.


luz por luz luziria
ou o cristal seria?
que estava a envelhecer?


......
Negativos todos os testes
então tirou todas as vestes
abriu o peito com a mão
só faltava o coração.


Neste momento....
aumentou o vento...
Entrou um dragão!!!!
Alto, lindo e mandão...


_Vá, de-me  isso aqui!
meu coração já perdi!!!!
 preciso deste teu coração!!!


Ela pensou em sumir
nua não podia fugir,
Não!!!isso não, vulnerável sem coração!!!!



...

9.24.2009

Que seria?


Tua imagem, cifrada como "A mensagem"
"mens" que age em minha mente,
mente que me cativa, me faz inocente,
mensagem escrita "ao espelho",
com teu fundo vermelho
que me deixa inconsequente.

"Mens", mente, imagem, apenas imagem,
criada ao espelho,
meu espelho, teu relho,
onde me acosto, me encosto em teu seio,
teu grande e nutridor seio
que alimenta e conforta,
melhor talvez a imagem de uma porta,
onde entro sem bater,
portal que transmuta meu jeito de viver.

Chave, também és chave,
da ignição da nave,
que me transporta,
pela etérea porta que me aporta
sem eu mesmo perceber...

Nau, poderias ser uma nau,
de navegador incauto, destemido,
que sangra os mares com cera aos ouvidos,
para fugir do canto das sereias,
vis feiticeiras que te chamam das alvas areias...

Poderia ser mesa,
onde me sirvo de sobremesa,
para arrematar teu jantar,
a deusa embevecida de teu lar,
esperando-te eternamente,
para somente, e felizmente,
amar-te bem além deste mar.

Poderias ser pecado,
apenas pecado,
pecado triste e consumado,
traído, conspirado,
postado nu ao meu lado...

Mas isso não queria,
prefiro que sejas apenas alegria,
eu eu feiticeira, de carne de magia...
sublimando em versos esta agonia
de querer sem poder ter,
de amar sem consumar,
de viver sem ter todos os dias
a luz do teu olhar
iluminando meu dia tal qual o sol ao despertar...

A cada dia teu amor me renova.




Me amas só por hoje?
pode ser?
Não sei amanhã estarei viva
ou se irei morrer.
Ninguém nunca sabe
o que pode acontecer.
Assim nos eternizamos
nos amamos como se fosse o fim dos anos,
nos despimos, rasgamos nossos panos,
nos despedimos dos erros do cotidiano,
amamo-nos num amor insano,
intenso, tenso, simplismente humano.
Amamos sem nos perder-mos,
somos únicos amantes, sem ser-mos,
Nossa vida não é reta, nem certa,
e incerta torta seta mal mirada,
é palavra solta em uma boca, não rimada,
mas se queres minha alma
a ti fortemente anilhada,
liberta-me,
pois serei livre para ser só tua amada,
pois a cada dia novamente te pedirei:
"Entra em meu reino, me invade,
com este amor que tanto arde,
que bem sentes, pois eu sei,
entra, adentra-me, vem ser meu Rei!"
A cada nova alvorada, chuvosa ou ensolarada,
te peço novamente para ser tua amada.
soldo nossa corrente de alma alada,
encontro este elo não mais perdido
que busco há tanto tempo, ja esquecido,
com meu coração ao relento, compungido...

Sertão do meu querer.



Sertão seco do meu querer,
chuva fina vem aliviar,
Espero que a chuva fina
devolva a esperança de menina,
que sua umidade, casta, albina,
sustente, nutra e alimente
esta flor única do amor emergente
que insiste em desabrochar,
despertar, florir, vicejar
Sertão chamado coração,
solo seco, cascalho em grão,
Leito seco do meu ser,
onde nem mais graúna
consegue voar, cantar e viver
Apenas esta solitária flor imaginária,
insiste, persiste, não desiste
É uma flor guerreira,
cheia de cor, sem espinhos de dor,
flor querida, em mim nascida,
chamada por muitos de amor.

Poema existencial.


Pessoa triste desperta poeta,
a meio a tantas turbulências,
no meio da vida, incerta,
sobrevivendo de dor,
concreta,
vida sem sabor,
sem cor, triste
sobrevivendo de dissabor
seu e dos outros,
e juro: não foram poucos!
Cotidiano insano doente,
gente dormindo,
acordando, quase morrendo,
voltando...
se curando, 0 "eu" adoecendo
e o ser sobrevivendo...
Não morrendo, apenas vislumbra,
na penumbra,
distantes falenas
borbolejantes voando cada
vez mais errantes.
Vida sobrevivida de incoerências,
consequências
deste cartesiano linear existir.
A essência se perde, encolhe,
sem respirar, sem amar, só prosseguir.
O ser sobrevive,a essência prescinde
finge que existe sem sentir.

Desperta, reage, age.
Luta, reluta,
não mais se avilta,
se levanta
se avulta,
descobre o ar,
seu jeito próprio de poetar...
Pensa,
"Existência reprimindo essência...
nunca mais,nem pensar!"
Largo tudo, morro louca, mas não vivo mais sem rimar.

Perdoa-me?



Meu corpo ainda arde, da dor sem cor
covarde, auto-imposta que mostra
sem pudor a perda da luz do grande amor
parte toda partida, sou da vida apenas uma posta

vil, retórica bandida, auto-infligida,
dor sem fundamento, sentimento sem tino,
dor louca, sem alento, bandida,
cenário carcerário de imaginário desatino.

Me dói ver teus lindos olhos de menino,
perdendo o sorrir, não posso partir,
sem repartir esta dor, doida sem pino...

Vai perdoa-me por mais que doa esta ilusão,
não é verdade, sou tua inteira, posso ir?
Diga-me quando e onde e lá estará meu coração...

9.22.2009

Meus olhos de noite...




-Boa noite amor, como estás?
já te sente de novo como um ás?
Ou ainda um dois-de-paus,
massacrado por sentimentos maus?

Já te sentes inteiro, o único, o primeiro,
ou perceveras neste sentimento errado, derradeiro?
deveras angustiante e não verdadeiro?

Mas não te preocupes, nem te ocupes,
com outras distantes trupes,
sou só tua, não tenho amante,
sou tua, inteira, exclusiva, entediante...
desculpe-me se tenho um passado,
mas te juro, ele é distante.

Não sei o que acontece,
porque sempre quase fenece?
parece praga que não passa nem com prece
parace uma magia negra que cresce,
que tenta matar nosso amor, que floresce,
mas por favor,
não substime meu amor,
não transforme tudo em dor,
não me tires dos meus parcos negros olhos,
o resquício da tua cor.

Pinta-me!!!
Embebeda-me de tinta,
tira-me este negror
perdoa-me por favor,
pois quero ir contigo,
a qualquer lugar,
na rua, no mar, no abrigo,
(até no universo ao redor do teu umbigo)
Aonde me levar teu amor,
para qualquer lugar,
para longe ou perto do teu lar,
para comer com ou sem sabor,
só não enchas mais este velho,
torto e quase morto
conturbado coração
de mais dor...

"Me basta apenas segurar tua mão,
o resto é lucro",
te dou meu timão,
meu lugar, minha via, minha mão,
te dou tudo, inteiro,
sem faltar nenhum pedaço,
te dou tudo, até meu baço,
meu entrelaçar de corpo e braço,
mas não me sejas escasso,
pois és de tudo e todos,
o único que marcou-me para sempre
com indelével traço...

Onde estão os afestos concretos?

Onde está o amor concreto?
Voando em cima do teto,
em algum universo, ali perto.
Ou sentado esperando o momento certo?
Onde está o afeto?
É uma estrelinha brilhante
grudada no teto,
onde olho e imagino o céu aberto?
Uma estrela de plástico,
deste meu universo elástico
estático e quase estético,
É isso...
meu amor, meu afeto,
uma ilusão fluorescente
estática, fixa em meu teto,
onde apago a luz,
visto meu manto,
com lúdico capuz e
escuto teu canto que tanto seduz,
e imagino que o amor
é bom e certo...
que um dia chegará,
e que este dia está perto ( e certo )...

Ai de mim...




Chego a um ponto negro sem aconchego
chego e e me pinto de negro tinto,
sentimento que não minto, sinto,
chego neste ponto neste negro rochedo.

Sento-me, sinto-me, saudo-me pois só,
minha alma marcada de tanto nó,
não acredita, só dor, só há desdita,
dor aut-imposta, inventada, maldita...

Mas não me compreendo, me rendo
a loucura, lenta que me ocorreu
o mundo aos meus pés, e fujo correndo

Mas sigo sonhando, vidente vendo,
mesmo sabendo, louca sofrendo, que sou eu,
o pior inimigo, que venho tendo...


Amor virtual




Embebida em ti fiquei,
todo o tempo, todo o dia,
todo o fim da minha correria.
Embebi-me de ti, do teu dia-a-dia.
Te vi sorrir ao me mostrar tua vida,
tua gaiola de correria.
Onde cantas outras tantas cotovias...

E vi que me amas de uma forma pessoal,
que me queres o bem, não o mal,
que me queres, não me feres com teu querer,
que me queres querendo não me perder.

Sinto, como sinto...
louca embriaguez que me envolve, me dissolve...
me poetisa sem razão,
amputa minha luta contra esta incoersível perdição.

Não mais resisto, me jogo, precipito,
sussurro, berro, grito,
meu universo amoroso, impessoal e aflito...

E me acolhes, me envolves, me alucinas,
me faz acreditar em sinas e em destino,
eu uma pessoa norteada por científico tino,
me jogo, me estatelo, neste universo interno,
só rogo para que não quebre a cervical,
neste mergulho em pricipicio abissal
(ou início de amor imortal?)
Não sei o que será, só sinto,
me embreago a cada trago deste louco amor
viciante e alucinante tal qual absinto.

Meu amor que vejo, ouço, não toco, mas sinto...há como sinto!!!!! Meu louco azul-verde amor alucinante de absinto... é ele que amo e sinto, meu amor que não vivo mas pressinto e não prescindo mais...nunca mais...

Quem imagem serias?


Tua imagem, cifrada como "A mensagem"
"mens" que age em minha mente,
mente que me cativa, me faz inocente,
mensagem escrita "ao espelho",
com teu fundo vermelho
que me deixa inconsequente.

"Mens", mente, imagem, apenas imagem,
criada ao espelho,
meu espelho, teu relho,
onde me acosto, me encosto em teu seio,
teu grande e nutridor seio
que alimenta e conforta,
melhor talvez a imagem de uma porta,
onde entro sem bater,
portal que transmuta meu jeito de viver.

Chave, também és chave,
da ignição da nave,
que me transporta,
pela etérea porta que me aporta
sem eu mesmo perceber...

Nau, poderias ser uma nau,
de navegador incauto, destemido,
que sangra os mares com cera aos ouvidos,
para fugir do canto das sereias,
vis feiticeiras que te chamam das alvas areias...

Poderia ser mesa,
onde me sirvo de sobremesa,
para arrematar teu jantar,
a deusa embevecida de teu lar,
esperando-te eternamente,
para somente, e felizmente,
amar-te bem além deste mar.

Poderias ser pecado,
apenas pecado,
pecado triste e consumado,
traído, conspirado,
postado nu ao meu lado...

Mas isso não queria,
prefiro que sejas apenas alegria,
eu eu feiticeira, de carne de magia...
sublimando em versos esta agonia
de querer sem poder ter,
de amar sem consumar,
de viver sem ter todos os dias
a luz do teu olhar
iluminando meu dia tal qual o sol ao despertar...

9.21.2009

Pratos partidos



Prato partido, mil pedaços, estatelado,
voando, voado, espatifado
disco voador inventado
do meu universo, confinado,
na cozinha, sozinha,
eu, a curiosidade da vizinha
e o prato, quebrado...
transformado em grito,
gritado, rido, jogado,
experimentado...
Sinto aliviado o sentimento represado...
Não sinto mais como o prato partido esfacelado,
vou dormir com meu pensamento menos pesado...
e o humor...alterado!!!!!

Grata amigo, que vive além do oceano, do outro lado.

(agora não me culpo, me ocupo, juntando cada caco, pedaço, cavaco do pobre e catársico prato,
quebrado, enquanto nem me lembro de dor ou pranto, gargalho de mim, do instrumento poetado e do meu amigo: pirado!!!!!)

9.15.2009

Derradeira hora.


É um momento,
fugaz e lento
em que uma luz se apaga.

A existência,
em senescência,
o universo no fim,
apocalipse pessoal,
observado por todos,
não só por mim.

Os olhos perdem o brilho,
o corpo segue no trilho,
mas a alma evapora.

Olhamos e não mais enxergamos,
o "anima corporis" vicejando.

Somos meros passageiros,
deste barco chamado corpo,
que um dia ancorará,
neste inexorável porto,
descerá a alma,
elegante e com calma,
dirá: "- Adeus matéria!"
E serena partirá,
quem sabe um dia voltará
da sua jornada etérea.

Evolução de um sentimento



Hoje acordei contigo, junto, perto, amigo,
lembrei nosso começo, amigo sem endereço,
em mudança, em correria, buscando abrigo.
Solitário em mundo binário, sofrendo sem apreço...

Então nos encontramos, tropeçamos, no identificamos,
muitos olhares furtivos desses louco figitivos
nessa virtual ilusão de realidade
nos apaixonamos
nos ferimos, erramos, traímos mas ficamos,
tentamos, oh como tentamos...

Hoje sobrevivente do cismo,
enfrento abissal abismo,
Porém me vejo vestida de pixel brilhante,
sou luzente feiticeira viajante,
que voa, flutua, não mais despida, nua,
vestida de consciente realidade,
te amo fraternamente,
de uma forma, doce, decente,
amarrada em eterna terna corrente
construída com elo de fraternidade
unidade com a solda da realidade,
chamada por todos de amizade.

Aurora lilás



Desperto,

O corpo ainda pesado,
o rosto ainda inchado, vermelho,
das dores refletidas em espelho,
de um recente "passado".

Levanto-me,

Despida de qualquer encanto,
respingada ainda de pranto,
mas respiro, suspiro e me viro.
Ergo-me, ereta percebo-me, levanto.

Visto-me,

Vestindo-me de cotidiano,
me vejo coberta de pano,
exorto o sentimento humano,
chamado sobrevivência,
parto para mais um parto
no mudo mundo da ciência.

E assim começa o dia:

Lenta e incoersivel correria,
que me ocupa, me absolve,
dissolve a minha face oculta,
me faz mulher adulta
e capaz.


Encontro,

Mais uma amiga deste conto,
chamado vida,
minha amiga-flor, Margarida,
e choro, de novo de vermelho me coro,
e choro é nosso coro com voz de dois sotaques.
golpeadas por simultâneos similares baques,
dividimos nossas tristezas, dores e incertezas,
da vida com sutilezas de viajante dimensão.

Percebo,

Que viver não é ter medo,
é sempre achar que ainda é cedo,
que nunca é tarde,
é beber bebida que arde,
mas também alegra,
essa bebida de delirante entrega,
a vida,
as vezes triste, as vezes bandida,
mas eternamente bebida,
intensamente vivida
concreta não imaginada,
que deve ser reta e não desviada,
inevitável, as vezes só suportável,
as vezes inominável,
mas minha arte favorita,
viver de forma irrestrita!!!!!

Prossigo,
nem penso como consigo,
mas vou vivendo,
o mundo acontecendo,
o destino se tecendo
a cada hora.

Entrego-me

As forças do bem,
de cor transmutante lilás:
Que o universo se faça luz!
Lilás, que transmuta e traz paz.

Envolvo-me

Neste mágico capuz,
e entôo este cântico transatlântico
que semeia amor e luz.

Torno-me,
(finalmente)

Apenas um "quanta"
de energia vivente,
envolta em mágica manta
de poetisa sobrevivente.

9.13.2009

Transmutação


Abraça-me novamente dor conhecida,
é carnaval carnal na minha mente perdida.
Despe-te da fantasia insana de amor,
coloca tua roupa cotidiana de dor.

Disfarça-te de realidade por três dias
dizes que me amas, sofres em agonias
neste carnaval, mudo  e virtual
em que me embebes nas tuas noites de folias.

Pois decido mudar de cor, de olhos e de amor
parar de viver sem nada, sem migalha, sem cor,
viver com  minha alma refeita, íntegra, vivida

Esperar com ardor,  hora do sol se por,
se evadir de meus olhos a noite do teu amor,
e esperar a lilás cor da aurora de uma nova vida.

Mortalha luminosa de meu corpo



 O efeito de tua presença,
entristece-me, deixa-me tensa,
então penso no "não senso"
desta sensação imensa.

Cinza cor sem presença.
É fusca luz prateada refratada,
é baça, refletida na taça nunca bebida,
mas que mata minha sede, pervertida.

E me contento com migalha,
com "o que quer que o valha".
Por um sorriso, um olhar de narciso,
viro cambalhota, no fio da navalha!!!.

Então visto a mortalha chamada corpo.

A mortalha de meu sentimento,
negra veste do barqueiro sem porto,
parado, azul, triste e absorto,
enterrado vivo acreditando-se morto.

Mas que importa ?
A vida já me é morta há tanto,
afogada no já seco rio
chamado "Meu pranto".

Sobra então a ilusão doente,
essa fraca luz baça e fusca,
que ilumina a noite de meu ser,

 resignado, nada mais busca.

9.12.2009

Neuro-poema de amor

Queria ser um eletrólito insólito
viajando pelas voluptuosas
circunvoluções cerebrais,
de tua mente profana.

Queria girar em teus giros
povoados de papiros secretos,
abstratos e concretos
do teu intelecto inquieto,
de teu encéfalo que me espanta
absorve-me  e encanta
a cada contato abstrato
que tenho contigo.

Seria eu feliz, se fosse  "liquor"
de límpida cor  envolvendo-te inteiro
portegendo-te, amortecendo-te,
de qualquer choque estrangeiro.

Passear por cada sulco,
de  teu encéfalo culto.
cada giro, cada fossa,
abissal de teu crânio
dividido entre o bem e o mal,
o espírito e o prazer carnal.

Que  possibilidade de conhecer de verdade,
os meandros da tua intelectualidade
e explicar este sentimento,
imenso e hemisférico
que deixa meu ser histérico
 a cada ausência tua

Queria ser imagem nua, crua (e só tua)
povoando teu sistema límbico,
queria ser o químico mediador
que estimula teu hipocampo,
te preencher de encanto,
modular qualquer dor.

Ascender em sentido cortical
para afinal, no córtex cerebral,
povoar o centro da palavra escrita
e ser tua faceira musa favorita
( que foge a cada noite e te irrita!!!!)

Queria aah...como queria,
ter sabedoria para não me afastar
e ficar perto, dos meandros
finos, misteriosos e únicos do teu  intelecto.

Quem sabe assim, descubra no fim,
um via, um caminho, uma mão,
um giro, uma circunvolução,
onde possa tatuar com amor
 meu nome em teu coração.

9.11.2009

Porque?




Quanto tempo perdido, quantos
derramados prantos em agonia.
Seria um mol, um quanta,
um véu, um tonel, uma manta?
Que me salvariam da tua magia.

Pergunto-me pois não acabo-me
neste teu mundo criado por ti.
Porque me chamastes,
me vistes, olhastes,
me trouxestes até aqui?

Por pura brincadeira?
Por não ter o que fazer em tua cadeira?

Mentes-me que sou a única
revelada em profecia rúnica
a preferida, a primeira.

Nunca te pedi nada,
não pedia nem para ser amada,
muito menos a eleita.
Pois sei que sou feia,
burra e imperfeita.

Sempre te perguntei:
"Porque te elegestes
para meu Rei?"
E a resposta dada:
"Porque és bela minha princesa amada".

Mas tudo fica perdido,
neste meu mundo agora confundido,
por teu pecado: Teres me mentido
olhando o meu olho apaixonado.
( e o pior, sem teres ao menos piscado!!!!)

Depressão




Depois da alegria, do riso e da exaltação
vem sempre ela, elegante mas não bela,
depressão.

Tudo preto, tudo cinza, 
tudo beco ranzinza
só há luz no Portimão.

Vem meu amigo maluco
que importa a diferença do cuco,
pega-me pela minha mão,
puxa-me, ergue-me
deste poço que persegue-me
que me faz barca sem timão...

Enche-me os olhos de água
gota chamada mágoa,
que me inunda o coração...

Pinóquio



Pinóquio era um boneco com cara-de-pau,
sorria fingindo que não sabia o que era o bem,
ou ser mau.
Mentia pois não sabia falar a verdade,
mas na cara estampava as mentiras da sua distorcida
realidade.

Pinóquio, pobre boneco sem coração,
errava, maltratava em vão,
pois era inocente,
não sabia da verdade,
ele apenas inventava
uma nova realidade...

Inventava por diversão
pois pensava que as pessoas
também não tinham coração,
que podia, mentir, maltratar,
que ninguém sentia,
que ele era o único a sentir
tristeza e agonia.

Achava que atrás da porta do escritório
tinha "o mundo", um grande laboratório,
para seus experimentos sentimentais
e ou outros? apenas animais
para experimento, (que duravam apenas um momento)
manipulados do alto do seu castelo-ilusório,
protegido por fosso de fingimento.


Pobre boneco de madeira,
acorrentado em sua triste cadeira,
com sua cara sardônica, irônica
e solitária.
Sem saber que mentir é feio
em qualquer faixa etária...

Mas nessa, acabou a festa
e pinóquio acabou sem amigo
triste, só e com seu nariz comprido...

Reflexo em dor


Ensurdecedor amorfo burburinho
me lembra barulho de moinho,
moendo-me a cabeça
segunda, terça,qualquer dia
 invade esta dor em agonia.

Não suporto minha cabeça,
por favor desapareça,
som, luz, presença,
qualquer coisa, me esqueça.

E triste e só, em um quarto escuro,
me curo deste furo na cabeça.
esta dor pulsante, triste e espessa...

Esta triste e inutilizante dor de cabeça....

9.10.2009

Ao meu muso...

Despertei,
no fim de tanto sono,
acordei,
suada de abandono,
e te senti,
nu, pesado,
peludo,
sobre mim, apenas olhando,
de meus poros brotando
suor sanguíneo da tua indecente
presença,
escorrendo de tuas mãos
secreta secreção
que unta meu corpo etéreo
sedento de ti.

Lambe-me, morde-me,
assassina-me,
quem sabe em ti
renasço,
e me salvo deste cansaço
de tentar te dizer adeus.

Ou quem sabe viajo,
e me entrego ao lascivo
e passivo incoercível destino:
Ser tua, inteira, nua,
musa louca e confusa,
acalmada pela força dos teus braços,
pelo afeto inquieto da tua libido,
meu louco, forte e nada pouco
muso proibido.

9.09.2009

O tom rosa da saudade

Saudade
rosa amorosa,
jardim da minha alma, irrealidade.

Saudade das horas perdidas a tarde
fazendo conta de idade
há setes dias nesta mesma
cidade.

saudade
da viajante liberdade
de sentir-te na eternidade
companheiro sem idade.

Saudade, rosa triste amorosa,
enfeita esta mesa de renda mimosa,
refeição primorosa
menu à Marques de Sade
"Coração com tempero
de impossibilidade".

Amorosa arrependida
saudade
quem sabe
um dia realidade
movida por essa grande vontade
de ter-te, um dia,
de verdade.

Adeus ao quase amor.


Apagam-se as luzes que me ligam as tuas mãos
se rompem os laços que nos tornaram irmãos
peço que não retornem, que se tornem ilusão.

Este magnetismo nunca sentido,
este ser desconhecido,
presente, pungente,
talvez só por mim concebido.

Solitário amor não correspondido
luz que se apaga sem nunca ter luzido,
amor que se vai, se esvai
sem ser vivido.

Que pena, pois minha alma,
agora serena,
volta a calma,
sem gosto,
sem rosto,
pequena...

Toda esta energia,
esta conexão,
não poderia caber  em só um coração...

Quase amor.



O bom de uma amor partido,
é a certeza dele ter ido,
é não esperar a volta,
não sentir revolta.
Não sentir nada,
nada mesmo,
não perder o sono,
a esmo.

É saber que simplismente foi-se,
que nem a morte com sua foice,
pode me ceifar o peito.

Sobrar este sentimento
rarefeito do ido momento
"este não era meu amor perfeito"

9.08.2009

Rogo por ti aos anjos do céu.


Evoco o poder das chamas,
por quem chamas e clamas
em alucinada agonia.

Não te pertenso, nem penso
este sentimenso imenso e tenso
que me sabota em letargia.

Me protejo e dou graças
pois não mais te vejo, me passas
não sinto mais tua mente vazia.

Acendo sete velas de cores,
para se estiveres perto, te fores
e não conheceres minha alquimia.

Me cubro de profundo azul,
para quando te voltares ao sul
não perceberes minha energia.

Pois teu destino comprado,
teve o cheque voltado,
será devolvido em agonia.

Mas te rogo perdão,
pois vejo em ti um irmão,
que se perdeu na magia.

Espero que te reconstruas,
que acabem tuas torturas
desta mente em entropia.

Te estendo a mão, meu irmão,
ainda bate em teu corção,
a luz, o amor e a harmonia.

Serei tua então, teu seio, esteio e irmão,
quem te segura forte pela mão,
na cruz, na luz e na escuridão,
enquanto tua alma não encontra o dia
(serei nesta estrada teu guia)

Apenas por um motivo: Amor.

Amor verdadeiro.




É à "la carte", não à quilo.
é arte, não "aquilo...",
não é Sartre, nem é Ésquilo,
talvez Bonaparte em triste exílio.
É escolha, é força e é auxílio.
É vivo e vívido, não fingido.
É santo, é sacro e é ungido.
É calmo, medido a cada palmo,
não sorvido, sugado e absorvido.
Não é fugas, volátil gás consumido,
é esperança, é espera sem ânsia,
é ressonância de almas em consoância,
é noite, é manhã, é tarde e é dia,
é certeza, não dúvida ou hipocrisia,
é algo que surge, urge e depois entra em acalmia,
não é acaso ao ocaso de cada dia,
não é sorte, é magia, é alquimia,
é sobretudo, paciência para que se realize a profecia.






Da profecia que toda mulher carrega em si, "...um dia encontrarás um homem que te amará, será tua alma gêmea, te fará princesa em teu reino cotidiano, aturará sem reclamar teu ritmo circadiano"
Morro esperando este dia profetizado, pois quero este amor encantado, lindo doce e tanto poetado.




Amar.



Amar...
Amar, as coisas
A vida, amar
As mulheres
Amar os homens
Amar,
As crianças
Amar, simplesmente
Amar
Mas não ser de ninguém

Amar intensamente,
Descaradamente,
Indecentemente.
Amar incoersívelmente.
Amar a todos e a toda gente.
De uma forma suave, docemente,
De uma forma clara e lealmente,
Amar todos, tudo,
Até o que não é gente,
Amar o mar, o ar e o sol poente
Amar, simplesmente
Amar
Mas não ser de ninguém.







Duo de Ana Lyra e Conchinha

Do crítico que não gosta de individualismo.





Me digas tu que és sábio,
que ja´vivestes mais que o mundo,
que és detentor de conhecimento profundo,
que comprastes toda a verdade do mundo,
por favor, em que ato, ou decreto abstrato,
ou quiçá delimitado em contrato,
ou em algum decrepto decreto,
abjeto e já casto,
onde estaria escrito
este conceito escasso,
que poesia não é individual,
que é coletivo inconsciente bacanal,
de letras sem traço pessoal.

Se me mostrares, me amputo de "Mim"
e quiçá a poesia que dizes que não existe, tenha fim.
Assim os críticos, tristes e satíricos sejam poupados
dos pessoais universos poetados.

A ti que me visitas em meu leito rarefeito.


Carreguei-te com todo cuidado dentro do peito
deitei-me com o coração cortado no meu frio leito,
 trazia-te imaginado,  lindo,  perfeito e distante,
 meu amor errante, Irascível , louco e dilacerante.

Não sei como dizer, contar,  narrar ao certo,
mas estavas ali:  lindo, concreto, ereto e perto,
meu lobo, meu homem, meu dragão, meu ser,
pronto para ter-me,  possuir-me, louco de querer.

Tua luz me invade, surgindo doce Marques de Sade do abismo,
me desvendas, me revelas, me penetras, pelo teu psiquismo,
termina a senda desta dor em fenda que arde e me afasta.

Acabastes com estas hastes de aço onde firmo meu ístimo,
Nada mais me afasta, nem me arrasta  ou  deixa-me casta,
nem o fim do mundo acabando em contundo irrisório cataclismo.

9.07.2009

Penso em ti.


Penso em ti!
Neste distante instante errante de meus pensamentos,
faço de único este destacado momento,
lavo no mar este doce e cinza sofrimento,
penso em ti, me atiro e não volto,
na água do mar afogo este meu ser sedento.

Penso em ti...só penso...meu mundo é intenso...e em ti...imenso.

Apenas amar ninguém.


Povoas cada poro da minha pele,
te sinto como uma ardência, que não fere,
transito pelo abismo da tua loucura
me invades como uma peste sem cura.

Me molhas, me salvas da minha secura,
me atiro como se houvesse uma rede, segura,
mas não há... não há nem nunca haverá
tenho que conviver, com o que nunca será.

Mas não me importo, afinal o que é a vida,
além de um eterno  "lamber ferida",
além de viver como convém com o que se tem...

Não lembrar, nem lamentar, nem sorrir nem chorar
nem correr, nem encontrar, apenas aceitar,
apenas amar ninguém e todos que parecem alguém...

Meu Rei.



Da réstia de luz que me ilumina,
do resto de lucidez que quase termina,
quase me extermina esta doença,
(como caos, atribuído a uma negra crença)

Sobrevivo em tua doce presença,
convivo com tua sinistra oniciência
te esqueço me embriagando de ciência

Te levei para cama em sonho,
por entre o escuro medonho,
passando pelo portal do fogo vivo,
(com o escudo do teu olho sobrevivo)
mais uma noite sem sono,
mais uma longa noite longe do dono...
do rei uno, em seu lúgubre trono...

Queria ser teu cão,
dormir a teus pés, no chão
feliz fiel e postado,
de guarda,  teu cão subjulgado,
me bastaria o frio chão
mesmo sendo duro e gelado,
bastaria guardar-te
estar apenas a teu lado.
Faria disto um arte,
meu corpo por ti governado.

Queria, ahhh como queria,
povoar a tua mente,
me entregar a este sonho dormente,
ser tua amante e não ter medo de ser indecente.

Queria... queria mudar o tempo,
este incondicional impossível momento,
mudar meu nascimento
e nascer perto de ti,
como um cachorro, um gato,
uma casa no mato,
ou até simplismente uma rajada de vento,
para lamber inteiro
este teu corpo sorrateiro
em que penso a todo momento....

Que falte tudo!!!


Hoje me faltou o ar,
me faltou o mar,
me faltou o par,
me faltou falar,
me faltou escutar,
me faltou tudo,
só não fiquei mudo,
nem parei de respirar,
pois graças a Deus,
não faltou poetar.

As luzes me fogem dos olhos.






As luzes me fogem dos olhos,
as estrelas se apagam,
eu pergunto porque?
Não há resposta!

vivo de espólios,
de mortos que me afagam,
eu pergunto porque?
A vida é imposta!

Porque? porque? porque?
Porque que as estrelas se apagam?
Porque os mortos me afagam?
Porque não há resposta,
enquanto a vida me é imposta?

Porque só eu olho e ninguém mais me vê?
Será que morri e ainda não consigo te esquecer?
Será um pesadelo de sono dormido frente a TV?
Ou será Poltergeist futurita que não quer desaparecer?

(Que muda minha vinda, me inunda, me cura da ferida,
recrudescente úlcera nunca esquecida, muito menos escolhida)


9.05.2009

Medo do fim da poesia


Me falta um tema,
uma voz uma foz
um fonema.

Que se manifeste,
contesete,
minha alma infeste...

Só um , um tema qualquer,
de home de mulher.
Ai que agonia,
não ter o que dizer,
ai este tédio,
tenho vontade de pular
deste prédio!!!!
De esperar o amanhecer...
Em plena solidão,
já bem alta do chão,
meu é ego é meu irmão,
com quem bebo e confesso meu medo,
conto pra ele minha vida em segredo
(degredo)
Ele diz "ainda é cedo,
não te vais dormir,
pois muito de ti,
ainda há que descobrir"
- Mas já vai amanhecer,
que tenho mais para conhecer?
Pare agora!o mundo la fora
que eu quero descer!!!


Por favor seu ego, nada te nego, tudo te entrego, mas te peço, não ter que escolher entre respirar e poetar, pois acho que abriria mão do ar...

Lágrima






















Uma gota salgada,
neste ocenao de mágoa.
Uma trégua, uma régua
passada,
uma folha amassada,

Lágrima,
um maço no fim, escasso,
um soluço sem espaço,
um laço, um apagar de
um traço,
uma negra linha em esfumaço.
um soco no meio do baço,
um distanciar, sem abraço,
um límpido líquido
em que me desfaço,
(e me refaço)

Uma vida,
triste e amputada,
amargurada.

Uma família distante,
distanciada,
pela diástase assexuada.

Lágrima,
uma página,
virada,
arrancada,
triste apagada
amassada,
em forma de água
na minha face rasgada
de mágoa,
vermelha, pletórica,
edemaciada.

Melhor água lavada
do meu coração
uma gota no oceano
da desilusão.

Lágrima,
um álgebra
quebrada,
soma errada,
eu, tu e minha alma calada.

Mas com lágrimas, minhas mágoas, são lavadas com essas águas tristes e salgadas, que serão desaguadas bem no fundo, do oceano do mundo.

Viver agora

Viver agora no calor da hora
Aqui dentro ou lá fora.
no movimento ou pasma demora,
sem sofrimento, dor ou desforra.

Só o momento, segundo, não hora,
não no futuro, hoje, agora,

Senestésico sentimento, do sol, do vento, do farol, surgimento,
da vida que me aflora, deflora, invade e não mais me apavora.

Insistente dinamite



Esta dinamite
não desiste.
Explode,
eclode,
insiste.

Tu meu homem dinamite,
Derrete meu coração
nesta prisão
gélida de  estalaguimite.

Não sei porque não desisto,
Será que é porque não existo?
Sou só sombra
que tomba,
frente teu maior quesito:
Tua explosão
em afeto aflito.

( Esquisito não?
 Vá se entender as loucuras do coração...)

Vivendo neste instante, com a mente distante...



Boa hora para um poema errante,
deste que brotam em um instante,
de uma alma louca, viajante,

Floresce em palavras que se tecem,
que crescem e amortecem,
esta saudade dilacerante.

Agora, iluminada, por este sol,
lindo, luzente, feérico farol
iluminando meu afeto, imigrante.

Neste segundo sou nada,
além desta luz refratada,
nesta tua íris, azul brilhante.

Nada além de um poema,
de ti, meu único tema,
nesta mesa, deste café, fervilhante.

Sou este raio traficado do sol,
desta primavera, tropical, neste atol,
ilhado por gente, irrelevante.

Pois só tenho visão para ti,
meu único e fiel amante,
imaginado, imaginante ...

Indecente loucura

Apoderas-te da minha mente,
sutil, doce, gentilmente,
a penetras e impetras,
este teu decreto secreto:
"serás minha, um dia neste mundo concreto"

Mas antes, serei louca amante,
vidente, ardente e distante,
sobrenadante na tua loucura,
serei mais doença ou cura?

Se for doença, quero ter a crença
que me cuidarás, me amarrarás, me envenenarás,
me venerarás, me beberás, me trancarás na tua solitária. (distância etária que nos separa e me paralisa)

Será que fui clara?
ou preciso desenhar,
será que estás indeciso
ou farás o que for preciso
para me ganhar?
Não importa,
um dia terás a chave da porta,
(este será teu ofício)
não fugirei, nem pularei
do alto do edifício.
Será que não serei tua hóspede,
em teu particular hospício?
Será que te darei a mão
e nos jogaremos nesse precipicio?

Vem meu colega, me pega,
que te ensino,
vem, fica comigo,
te faz pupilo,
que eu, eu? (...)

Te como à quilo...

Palco particular


Sou ator em meu próprio palco.
Sou fumo, sou ópium, sou álcool
vivo tudo neste escudo em que me acalco.

Sou ludo no meu mudo mundo,
vivo solta em meu escalpo.

sou livre dentro de mim
nos giros "giros" do meu cérebro sem fim...

E essa dor donde vem?



Me entendo conforme vou me lendo,
vejo melhor, não me vendo,
mas tiro dos olhos a venda,
observo com coragem a fenda
em meu corpo poético, de renda,
fino, trespassado, amordaçado,
meu louco corpo,
desenhado, etéreo, pouco e poetado...
Vivo com ele pelo meio,
vivo a vida de permeio,
vivo ou sobrevivo,
a poesia é um fim,
ou só um meio?

Não sei e não me interessa, para essa pergunta, na resposta, nem há pressa. ( só escrevo, não cravo no peito, atravesso o lastro deste teu leito, a encruzilhada, desta minha dor poetada) mas, já não dói mais o peito. Mas donde ela vem?... Agora?... Não vem de nada nem de ninguém...é uma comum dor, ardente como lava, que só entende quem a tem...

Chamada depressão, confundida com dor de coração...

A poetisa triste e bela

Poetisa triste,
olhos de azeviche,
lábios de canela.

Sua poesia existe,
em cada alma triste,
inspirada por ela.

De amores em vão,
perdido coração
em eterna espera.

Em cada desilusão
brota por sua mão
a métrica mais bela.

Deixa eternamente,
marcada em toda gente
que gosta e lê ela.

Cada dor pungente,
triste e gemente,
cantada é tão bela.

Pela poetisa triste,
que chora e resiste,
eterna, linda, Florbela.

Amor

Mil faces do amor,
mil faces de alegria e dor
mil faces de classes e de cor,
todos sedentos, despertos e sonolentos,
esperando o amor.

Será que ele é transparente?
Será que não tem cor?
Será que está como indigente,
perdido, inconsciente no meio da gente?

Porque será que tantos o querem?
Porque será que matam, se ferem
depois ficam chorando de dor?

Também quero, procuro, espero,
mas se não aparecer, não erro,
não morro, não mato, não berro,

vivo feliz com flecha de ferro
fincada por dragão,
bem no meio do meu coração
e amo silente, pacienciosamente,
este meu amor platônico,
(da minha alma o único tônico)

Pronto Socorro

É morte, nascimento vício,
é vida além de cada pricipicio,
é delirio, ardor, suplício,
é viver ouvindo auspício.

É correr, percorrer risco
e colher, é amar e não querer, misto
é duro marca forte, é Xisto
é tudo, é aquilo, é nada, é isto.

É furo, É faca, é muro, é maca,
é tudo, é vaca, é louca,
é leste, é peste,é suína,
é calda equina, é menino ou menina?

É início, é fila, é caminho,
é mãe, é o filho ou o vizinho,
é o gordo, o novo, o magro e vozinho.

É tudo, em entrópica tropical confusão
(só mesmo se Deus me segurar pela mão...)

Escolhas pessoais. (poetrix)

Não penso, só sinto,
não vejo, pressinto,
não desisto, prescindo.


Cada um põe o nome que quer em suas escolhas.

Meu trabalho, meu mundoII

Sempre me encanta,
sempre me espanta,
sempre, sempre,
ver sair do ventre uma vida.

Um novo ser no mundo,
um novo ser em um segundo.
mais um respirando, crescendo,
multiplicando.

Sempre um suspense,
uma tênue linha que me pertence,
ando de novo no limbo,
só que desta vez sorrindo.

Meu trabalho, meu mundo I

No rítmo louco alucinado do meu dia,
ouço o prenúncio anunciado sem poesia,
visto-me nestas vestes sem magia,
(salvo a vida graças a Deus e a tecnologia)

O destino é salvar até a selvageria,
não julgo, nem quero saber da bala, da via,
se souber, não me isento( dizer que sim: hipocrisia!)
jurei salvar ( mesmo ao vento ) todo o ser em agonia.

Na ponta da agulha alivio a dor e a agonia,
na traquéia acho o caminho (só há uma via!)
a pressão manipulo com poderes de alquimia.

Vivo no limbo, beirando a morte e a agonia,
mas salvo, (meu alvo certo é graças a magia)
Salvo sempre, graças a divina sabedoria.

Felicidade

Olho esse olho de luz,
esse lábio que seduz,
olho teu terno olhar,
e me lanço neste mar.

Me lanço. Coragem!
(não fico mais à margem).
Eu aceito! Eu aceito!
Essa viagem a teu mundo perfeito,

Alegre, feliz enfim,
tenho-te dentro de mim
sou feliz ser vidente,
do nosso amor, vejo a semente.

Cuidarei com mais cuidado,
ficarei sempre a teu lado,
meu lindo, meu ludo,
meu tudo, meu amado.

Ser feliz. ( POETRIX)

Na vida se é feliz por um triz.
Feliz de quem sabe ser atriz,
não sofrer por romper raiz.

A alma e o perdão.

( A alma)
Me pegas pela mão e me levas,
me tiras dos olhos as trevas,
essa minha cegueira de ilusão.

Vai, caro amigo do coração,
me ensinas este caminho
de uma só mão?

Me fazes esquecer,
de novo enternecer,
conseguir de novo querer.

(Perdão)

Deixa explicar-te
amar é uma arte,
esculpida à mão.

Se erras, te enganas,
te tornas palavras desumanas
só há um remédio para teu coração.

Eu, o perdão.

Mas não me peças a esmo,
peças perdão a ti mesma
e a tua própria ficção.

Perdão, minha querida,
perdão...

Só eu te salvo,
do teu próprio alvo,
negro no meio do teu coração.
Te torno de novo alva,
te devolvo de novo a calma,
te tiro da escuridão...

(A alma)

Grata caro amigo,
te levarei sempre comigo,
em cada luto e em cada gestação.

Me abro e carrego comigo,
teu calor meu caro amigo,
o brilho do teu trigo,
nutrindo meu coração.

Pretensão

Se sou jogada, atirada,
desvendada. Que queres enfim?

Porque então não dizes a mim?
Porque proclamas, faz loucas tramas
difamas, minha alma inflamas,
a enches de pus.

Coloco triste e negro capuz,
consomes minha parca e rara luz!!!


Porque carrego auto-imposta cruz?
Enjoado gosto de alcazuz...
O negro rosto que não seduz.

Porque? Sempre fui educada,
sempre comedida, medida, cuidada,
Porque dizes que me insinuo?
Pois noturno era meu segredo,
Será que transpareci por medo?
Porque me apontas
ao outro com o dedo?

Não minto, não tenho segredo...
Sou transparente, agora ser silente,
em degredo.

Obrigado, pelo apoptótico fim programado.
Mas estás enganado, nunca pretendi estar a teu lado...

(Talvez para um café, mas nem nisso ponho mais fé...)

Prosopopéia.

A manhã surge luminosa linda esplendorosa e primaveril. O frio escorre, não mais me ocorre, se vai do Brasil. Sinto-me bem, mesmo sem ninguém, me sinto "a mil". Pode ser só novo ciclo, onde eu fico, não mais com frio. Pode ser, pode ser, pode ser...Sempre o "que será que irá acontecer", mas nesta o sol se vai, vida esvai e a alma trai.(O compormisso mortiço de mudar no solstício.)
Sempre um novo princípio, lá adiante, numa nau viajante, distante, inalcansável e errante (que já se foi...). E nessa minha vida de boi, girando a mó, moendo espinho neste triste lírico moinho, minha alma em nó se sente mais perto do dia de virar pó.
Que bom que acordei, olhei o sol, o calor, o mar e despertei. Dormindo estava, há tanto tempo, que me perdi e nem mais sei. Mas sei que agora, justo agora, nesse tempo restante, vejo o sol, o mar distante e a vida, vivida a cada instante.
O Sol de setembro me invade mesmo não querendo, me faz brilho, me diz: - Não há trilho, seja feliz, louca, linda e atriz, te salvastes por um triz deste inverno da alma, não é mais abril (nem tu febril), tenhas mais calma, primaveril ser diletante, chorando com o pseudônimo de alma lírica, sôfrega e amante. Aproveitas agora, não adiante, pois se piscares... a vida passa em um instante!

ANA LYRA

Me veio assim, era para ser uma prosa, mas virou uma prosopopéia...
Enjoy yourself, if you can...

Amor próprio partido.

No sol do mar azul que me perco,
um mol de amor, triste e seco,
me invade tal qual marques de Sade,
me diz amor, dor que não mais arde.

Te aceito, mesmo pouco e rarefeito,
um amor que poderia ser perfeito,
se desfaz, numa luz triste e fugidia,
me desfaz, cresce a cruz, perco o dia.

Mas me chamas, me revolves, me inflamas,
reacendes a sendida longínqua chama.
Te imploro. Me deixes ir, se não me amas!

Mas insistes, persistes em minha cama,
me és triste, perdido tu, em tua fama,
Me amas? Ou só tu, ainda em chamas?

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...