7.02.2009

Perdoa-me

Perdoa-me por ter te lido tão pouco,
perto do que deveria eu ter te lido.
Poderia talvez assim ter me permitido
sentir-te melhor, não buscar entender-te.
saber entender o silencio das tuas palavras
(tão bem escolhidas)
tão contrárias a música garagarejante das minhas...
São teus ditos constritos transbordando de loucura
que me fascinam, a tua luz, a tua escuridão.
A tua tristeza dissimulada de alegria
evidencia a tua generosidade em poupar
os outros do teu eterno e angustiante sofrer.
Tu muda minha poesia, questionas minha alma (antes de mim)
E eu, pobre ser infame, te trato assim vulgar,
como um lugar qualquer,
Por um simples e único pecado, te querer...
Perdoa-me por aceitar a cegueira que tua beleza me imputa,
perdoa-me por te fazer comum para não torna-lo impossível
perdoa-me por reduzir-te ao âmbito da minha virtual cegueira
e pro fim perdoa-me por pensar que poderás não me perdoar
(pois sei que em algum recôndito da tua alma escondes um afeto por mim)

O teu pelo...

Preliminares...
são tuas carícias,
virtuais delícias, liminares
de soltura dos meus desejos.
Sinto saudade
dos salutares beijos
sem liberdade,
porejos de emoção,
multidão de sentimentos,
de delírios e tormentos.
Onde me largo ao vento,
trago de um gole o sentimento,
não sobra gota de momento.
Corro,
galopo com meu cabelo
no "Teu" colo
(o "Meu" convento),
e me choco com o teu pelo
ja tão calcinado pelo fogo,
do jogo da sedução
da mente.
Indução gemente,
carente,
coração doente,
indecente,
insone...
que te consome...
perdido nos meus olhos de noite
açoitado por meus cabelos de açoite...

nossa mania

Ai como é bom...
manter este tom...
mudo e sem som,
(amar realmente é um dom!!!)

Ai como gostaria,
de de viver nobre euforia,
todo noite, todo o dia,
(viver é uma ninharia!!!!)

Ai se eu soubesse...
Deste afeto silvestre
que me consome,
(me olha e sempre me despe!!!!)

Ai... contigo viveria,
minha insone cotovia...
isso não passa, não some!
(sexo é nossa mania!!!)

Amor....na contra mão...

Primeiro me ergues
me iluminas,
( me persegues)
rezo para que me definas
me abilites,
depois eu não peço,
(tu que insistes)
mas palavras não mais meço
(porque pouca luz me insides?)
então vivo assim,
esperando a tardia hora para mim
palavras sem nexo,
( será que isso é sexo?),
as vezes verdade
outras intimidade
(me embassa a vista),
o que queres? o que traz?
( vira-te para poder olhar atráz)
Me deixa uma pista...
( queres que me vista ?)
ou que dance comigo
( é para mostrar o umbigo?)
na pista
pode ser que insista
( vou virar noviça !!!)
Assim não dá não,
( para me tocar com a mão?),
já não me enche mais o coração!!!!
sedução induzida
vida não vivida
só se pode esperar...
( daqui a pouco vai acabar!!!)

filhos da flor

Somos todos, todos nós,
pobre almas em busca,
de uma luz que ofusca
quando voltaremos ao "pós"

Retornaremos sempre sós
moidos por mós
chamadas dias,
já sabias?

Então não mais pegunte
o porque,
porque tenho que fazer?
Pois só há um sentido na vida
o viver...

Aquário...

nosso mundo do aquário
preso nesse mundo binário
aquário das emoções,
prisões de perpétua pena
onde, desde pequena
me escondo do mundo.
Amores em um segundo,
dores plano de fundo,
onde vivo e convivo,
confuso através
do fuso da vida,
da terra,
da alma que berra!!!
calme-te e te enterra!!!
Não erra, pois ninguém escuta...
SÓ te resta a astuta e externa,
cisterna por onde deságua
á água da vida,
a via proibida,
sempre vivida
escondida, lacrada,
calada, embora aberta
sem coberta, em flor,
só esperando teu o amor...
chegar...

beijosIII

Beijos meu amado...
lá do outro lado,
beijos, mil beijos,
mil beijos beijados
enviados,
trespassados,
surtados,
esquizofrenia,
beijos de noite,
beijos de dia,
beijos contrários
aos fuso horários
beijos confusos,
difusos,
espremidos
contar os vidros,
mordidos,
lambidos,
torcidos,
enfim..
proibidos...
apenas...surgidos
e dentro de mima...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...