10.15.2009

Afeiticeria do tempo e o dragão

Ainda cambaleante,
o peito oco vazio
coração distante,
corpo com frio...

Ergueu-se e decidiu:
-Irei lutar,
correr voar,
perseguirei
este dragão
estelar,
por terra, fogo, água e ar.

Sentia sensações estranhas,
com líquido mágico
penetrando as entranhas
bebido da ampulheta,
vestiu então sua manta preta.

- Ninfas corram, me socorram,
ele não pode fugir,
o tempo não pode parar de fluir,
rápido, temos que agir.

Então deram-se as mãos
uniram suas emoções,
entoaram hinos pagãos,
juntaram seus corações.

Então formou-se a visão,
o dragão entrando em um mundo material,
sem magia, com um pouco de bem e muito de mal.

Estava ele em forma de humano
escondido com olhar insano,
ardiloso esperando o poder pleno,
angustiado, nada sereno...

Onde será que é este lugar,
em que quadrante estelar,
se ainda tivéssemos
os cristais para vibrar...

Então inteligência,
ninfa ativa útil
em qualquer contingência,
disse:
-Mestra irei pensar,
uma solução irei encontrar,
saberemos em primeira mão,
onde se esconde ardiloso dragão.

Então ela e a ninfa Amor
pegaram os cristais de cor,
colocaram sobre o chão,
formando um coração de dragão.

E pensaram, vibraram, irradiaram,
um coração vivo formaram,
ainda impregado com a energia do dragão,
e formou-se uma imagem então...

segue...

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Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...