9.10.2009

Ao meu muso...

Despertei,
no fim de tanto sono,
acordei,
suada de abandono,
e te senti,
nu, pesado,
peludo,
sobre mim, apenas olhando,
de meus poros brotando
suor sanguíneo da tua indecente
presença,
escorrendo de tuas mãos
secreta secreção
que unta meu corpo etéreo
sedento de ti.

Lambe-me, morde-me,
assassina-me,
quem sabe em ti
renasço,
e me salvo deste cansaço
de tentar te dizer adeus.

Ou quem sabe viajo,
e me entrego ao lascivo
e passivo incoercível destino:
Ser tua, inteira, nua,
musa louca e confusa,
acalmada pela força dos teus braços,
pelo afeto inquieto da tua libido,
meu louco, forte e nada pouco
muso proibido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Ana Laura:

Vim para dizer-lhe que adorei os seus últimos poemas. Penso que expressa bem todo o seu erotismo e musicalidade que é, indescutivelmente, o que mais aprecio nos seus poemas. O seu Muso, seja lá quem for, deverá sentir-se honrado com as suas palavras fortíssimas, deixando-se levar por esta turbulência erótica. Achei que podia ter continuado o poema. Assim o seu Muso seria apanhado num tremendo vendaval erótico.

abraço para si e continue a escrever

António

Tropeços Literários disse...

pois é caríssimo amigo... Mas o muso sumiu, mentiu, fugiu, me deixou na mão, e junto com ele se foi a inspiração... kkkkkkkk

Grande abraço.

Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...