7.08.2009

Queria

Eu queria pousar de dama-da-noite
no jardim das musas,
Ser Bela-Dona,
alucinar mentes,
torna-las confusas,
gementes,
de dor e amor.
Queria ver olhos brilharem,
lacrimejarem,
a minha simples presença
Tingir de rubra
as brancas faces
com ruga,
pintadades de branco,
de frieza e pudor.
Ou talvez eu quisesse
ser mulher sem blusa,
queimando,
sem agonia,
soutien na
calçada-nossa-de-cada-dia.
para ser livre,
"A revolucionária" que vive
(quotidianamente).
Cansei de sera timoneira
da barca morte
(ou passageira
sem sorte)
que carrega
os quase mortais
ao mundo de Ades
(mundo sem postais
nem festas de caridades)
Cansei de suplicar em vão,
(pelos outros)
vida, saúde e perdão
e só obter para poucos
saúde e bom coração.
Pensando bem
Quero ser Cérbero,
demônio expulso do Érbero,
que guarda o portão
do Ades,
(como bem sabes).
Para me sentar
na soleira desta porta,
nos silêncio dos mortos,
(com cara de quem
não se importa)
e com uma cabeça,
escrever
meus poemas tortos,
com a outra
olhar para perdidos
portos
e a outra, ah...a outra!!!
Saborear, olhar,
esbeltos e lindos corpos.

(E delicosamente desfrutar das minhas três cabeças
no silêncio deste mundo.)

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Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...