Se sou jogada, atirada,
desvendada. Que queres enfim?
Porque então não dizes a mim?
Porque proclamas, faz loucas tramas
difamas, minha alma inflamas,
a enches de pus.
Coloco triste e negro capuz,
consomes minha parca e rara luz!!!
Porque carrego auto-imposta cruz?
Enjoado gosto de alcazuz...
O negro rosto que não seduz.
Porque? Sempre fui educada,
sempre comedida, medida, cuidada,
Porque dizes que me insinuo?
Pois noturno era meu segredo,
Será que transpareci por medo?
Porque me apontas
ao outro com o dedo?
Não minto, não tenho segredo...
Sou transparente, agora ser silente,
em degredo.
Obrigado, pelo apoptótico fim programado.
Mas estás enganado, nunca pretendi estar a teu lado...
(Talvez para um café, mas nem nisso ponho mais fé...)
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.05.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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