Apoderas-te da minha mente,
sutil, doce, gentilmente,
a penetras e impetras,
este teu decreto secreto:
"serás minha, um dia neste mundo concreto"
Mas antes, serei louca amante,
vidente, ardente e distante,
sobrenadante na tua loucura,
serei mais doença ou cura?
Se for doença, quero ter a crença
que me cuidarás, me amarrarás, me envenenarás,
me venerarás, me beberás, me trancarás na tua solitária. (distância etária que nos separa e me paralisa)
Será que fui clara?
ou preciso desenhar,
será que estás indeciso
ou farás o que for preciso
para me ganhar?
Não importa,
um dia terás a chave da porta,
(este será teu ofício)
não fugirei, nem pularei
do alto do edifício.
Será que não serei tua hóspede,
em teu particular hospício?
Será que te darei a mão
e nos jogaremos nesse precipicio?
Vem meu colega, me pega,
que te ensino,
vem, fica comigo,
te faz pupilo,
que eu, eu? (...)
Te como à quilo...
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.05.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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