Mil faces do amor,
mil faces de alegria e dor
mil faces de classes e de cor,
todos sedentos, despertos e sonolentos,
esperando o amor.
Será que ele é transparente?
Será que não tem cor?
Será que está como indigente,
perdido, inconsciente no meio da gente?
Porque será que tantos o querem?
Porque será que matam, se ferem
depois ficam chorando de dor?
Também quero, procuro, espero,
mas se não aparecer, não erro,
não morro, não mato, não berro,
vivo feliz com flecha de ferro
fincada por dragão,
bem no meio do meu coração
e amo silente, pacienciosamente,
este meu amor platônico,
(da minha alma o único tônico)
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.05.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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