Na bonanza precedida por temporais,
ou em calmarias que circundam os em corais,
a alma passeia resfetela, se refaz
observa a absorta esfera que se desfaz.
E se perde em sensação extasiante,
frente a aquarela exuberante e externa
abre os olhar a alma pobre, que hiberna
dispertando em natureza inebriante.
no vôo belo do falcão mesmo distante
ou no dragão em uma núvem de instante
se desfazendo ao movimento transladante.
e mais uma volta do planeta viajante
salva a alma de um livro na estante,
dormindo agora no colo da mãe gigante.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
8.20.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...