uente? Era meu corpo que foi cortado rente. Antes eruptiva lava em vertente chegando ao porto petrificando ao mar inutilmente. Quente? Era minha boca em tua pele,macia ansiando ao raiar do dia despertando fria serpente. Quente? Era o pedido Sussurrado, eloquente: "Ama-me! Sou tua, sou gente!" Quente? Era a lágrima brotada em poesia impaciente, escorrida incoerente Em uma face anestesiada que já não sente... Que chora a volúpia que se demora não vai embora, insistente!!!! Quente? Era meu corpo sem-vergonha, inocente, embriagado da água ardente desta paixão inconsequente Que tira o ar deixa-me prostrada ressaqueada, senescente enquanto litinifica meu coração, lentamente. Quente? Era a febre delirante, demente que senti no dia que me apaixonei loucamente Mas como burra Julieta morri, envenenei-me precocemente! Quente? É tudo que se passa apenas na minha mente ou esta lembrança baça que permanece muda, silente. Porém quente, ainda quente... (maldita, vã, serpente, e sua maçã suculenta, atraente...) |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
5.01.2010
Quente?
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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