5.01.2010

Janela para o Lírico


nvelhecida a janela, entreaberta
Absorvendo fios de vida, incerta
pela fresta
A vela desmaia em cera, tosca
Esvanece-se a réstia de luz
fosca

Fechei a janela, envelhecida
Aprisionei lá fora, a vida
matei a fresta
A noite escura o sono
me empresta
Sem luz já nem o escrever
me resta

Porém, em meu coração
insano
sobrevive o desejo
humano
De ser chama, fogo, brasa, vela
desejo que a mim se atrela
nesta busca insana.

Busca de um coração que ama
Em letras lanço meu clamor ao espaço
cego, incerto, triste e trêmulo
enfim traço 

fusco escasso verso.

Lançando meu amor com fé
a todo o universo.

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Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...