5.01.2010

Dizimação emocional


rranco-me a pele não quero mais sentir
Arranco-me os nervos, não quero transmitir
um estímulo,um elétrico mínimo sinal
do gozo do banal e vil prazer carnal.

Arranco-me do corpo tudo que possa lembrar
a pele, o tato, a audição, o paladar
pois quero ter amputado enfim de mim
este gozo de sentir uma pele de cetim.

Não quero mais nenhum parco sentimento
nem um gozo, nem um pouso, nem lamento
quero que o frio do inverno habite meu coração
quero que acabe este inferno, esta procura em vão

Queimem meu corpo burro, ardente e são
quebrem meu osso do púbis e os da mão
desarticulem minhas pernas, meus braços

desfaçam-me destes humanos tristes laços
despojem-me destes tristes estilhaços
pedaços de afetos vertidos ao rés do chão.

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Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...