rranco-me a pele não quero mais sentir Arranco-me os nervos, não quero transmitir um estímulo,um elétrico mínimo sinal do gozo do banal e vil prazer carnal. Arranco-me do corpo tudo que possa lembrar a pele, o tato, a audição, o paladar pois quero ter amputado enfim de mim este gozo de sentir uma pele de cetim. Não quero mais nenhum parco sentimento nem um gozo, nem um pouso, nem lamento quero que o frio do inverno habite meu coração quero que acabe este inferno, esta procura em vão Queimem meu corpo burro, ardente e são quebrem meu osso do púbis e os da mão desarticulem minhas pernas, meus braços desfaçam-me destes humanos tristes laços despojem-me destes tristes estilhaços pedaços de afetos vertidos ao rés do chão. |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
5.01.2010
Dizimação emocional
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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