Porque me persegues?
Desgraçada,
inquieta, irritante e prepotente?
Porque me arrasas?
Me abrasas?
Me tiras o sorriso,
contente?
Porque não te calas,
Me falas?
(sempre!!!!!)
Todas as coisas dormentes?
Porque tens esta mania impertinente,
de me tornar onisciente
cônscia e ciente?
Desde a infância,
me impregnas com tua fragância,
me sorris,
com tua cara de sã e inocente.
Sempre mais cedo ou mais tarde
te revelas,
desvelas as pequenas nuances,
(inconsequente!!!).
Por que me tomas?
Me atropelas e me abandonas?
(prostrada na pista,
exsangue, chocada e inconsciente)
VERDADE, cruel verdade,
que sempre aflora,
me deflora,
estupra,
desvirgina,
me amputa,
o sonho de não saber-te
e viver em doce delírio,
(inexistente e inocente).
Preferia não saber-te
e inventar-te a cada dia,
(lúdica e docemente).
Mas proeminente,
és tu verdade,
que me arrasas,
me abrasas,
sepulta minhas brasas,
que o sonho em fogo me acende,
Depois vens e mata,
sepultas, aviltas,
quando te avultas,
e exterminas,
assassinas,
mais um tentativa
de'u viver e acreditar em toda gente.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
10.29.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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