u sou luz,
luz que extermina a escuridão,
luz que elimina
esta dor no coração,
que nem vejo nem sei
só sinto,
dor que antevejo,
com a mente,
pressinto.
Sou luz que dissipa-se
em verde planície
sou luz que penetra
além da superfície,
sou luz que desinfeta
o intelecto,
sou luz que induz
ao rumo, erecto,
Sou luz que ilumina
o prumo que vem acima,
sou luz que viaja
se refrata,
e não extermina,
luz que ilumina,
louca dança e fascina,
sou luz que se reproduz
e dissemina.
Sou luz em facho,
que ergue o homem
cabisbaixo
sou luz que seduz
o inseto e fatal facho,
sou luz enviada
por uma mão iluminada,
sou luz,
apenas luz,
em tua pupila dilatada,
necessito ser luz,
precipito o pus,
que brota em cada grota
cada recanto sem encanto,
em cada gota, cada pranto,
em vazio peito sem acalanto,
necessito ser luz,
por tudo e para tanto,
serei sempre luz,
envolvendo em poético manto.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
10.29.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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