cordo aturdida na madrugada,
te procuro, no escuro,
(sou a tua namorada.)
Te procuro, no mundo, no universo,
num verso, num grande buraco escuro
no meu peito,
sozinha em meu leito
sou nada...nada!!!!
Varo as letras,
intercepto cometas,
Sequestro versos em letras pretas,
te espero, parada,
prostrada, sonada...
(Sou tua namorada?)
Me pergunto,
não tenho outro assunto,
me tateio, me unto,
e nada.
(Tu já tem outra,
louca insana,
namorada?)
Acordei aturdida,
perdida,
sou a preferida?
Ou preferência perdida?
I.D.deletada?
(um dia fui eu tua namorada?)
Sou eu tua suada,
imagem espelhada,
da tua vida,
requintada?
No fim da fila,
seria um dia,
real, realidade,
vivida, sentida,
amada?
Sou eu
tua tão esperada,
princesa, por ti
inventada?
Resgatando tua sexualidade,
anestesiada?
(Adoro ser tua namorada...)
Tens minha vida,
minha arte, minha vinda,
minha parte nunca finda,
imensa e imaculada,
presença,
onde a crença
que um dia serei por ti
eternamente amada,
linda e paciente,
de ti meu imponente
expoente de palavra cantada
Derreto-me inteira
em minha memória,
fractada,
em fractal pensamento na madrugada...
No meu leito sozinha,
aguardando-te inteira,
feito Helena tecendo,
imaculada.
Sofrendo, desmanchando,
re-tecendo,
a cada dia que sou não sendo
de ti Odisseu,
em Ilíada,
paixão
desventurada.
(Pequena Helena,
por ti enfeitiçada)
Sem ti, meu épico Herói,
não sou nada,
sou tristeza que corrói,
(alma presa a ti e a madrugada).
Sou tua expectante, alma errante,
a única identidade
que restou.
A musa que morreu
e te inspirou,
suspirou,
e faleceu,
num último verso teu,
que a ela dedicou.
(Sinto-me quase nada
uma sombra inventada,
refratada no ecram
da madrugada...)
Ainda bem que ainda sou a tua,
de bom senso ainda nua,
namorada!!!!
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
10.29.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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