Queria
ser bebida
ser refrescante.
Sedendo a sede
calcinante
que assola todos
nós.
Que nos esmaga,
mós de moinhos,
que nos apertam como
cós, e colarinhos.
Necessários
artifícios
de proletários
ofícios
na arte de ser.
Queria tanto
poder viver,
crescer,
convencer
sem submeter,
não mais trair,
ser,
quem quero
ser,
não mais,
perdida no cais
do querer,
no mar do ter de ser,
do eterno,
inferno,
de terno
e conhecer...
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
8.15.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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