O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.15.2009
Derradeira hora.
É um momento,
fugaz e lento
em que uma luz se apaga.
A existência,
em senescência,
o universo no fim,
apocalipse pessoal,
observado por todos,
não só por mim.
Os olhos perdem o brilho,
o corpo segue no trilho,
mas a alma evapora.
Olhamos e não mais enxergamos,
o "anima corporis" vicejando.
Somos meros passageiros,
deste barco chamado corpo,
que um dia ancorará,
neste inexorável porto,
descerá a alma,
elegante e com calma,
dirá: "- Adeus matéria!"
E serena partirá,
quem sabe um dia voltará
da sua jornada etérea.
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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