Desperto, O corpo ainda pesado, o rosto ainda inchado, vermelho, das dores refletidas em espelho, de um recente "passado". Levanto-me, Despida de qualquer encanto, respingada ainda de pranto, mas respiro, suspiro e me viro. Ergo-me, ereta percebo-me, levanto. Visto-me, Vestindo-me de cotidiano, me vejo coberta de pano, exorto o sentimento humano, chamado sobrevivência, parto para mais um parto no mudo mundo da ciência. E assim começa o dia: Lenta e incoersivel correria, que me ocupa, me absolve, dissolve a minha face oculta, me faz mulher adulta e capaz. Encontro, Mais uma amiga deste conto, chamado vida, minha amiga-flor, Margarida, e choro, de novo de vermelho me coro, e choro é nosso coro com voz de dois sotaques. golpeadas por simultâneos similares baques, dividimos nossas tristezas, dores e incertezas, da vida com sutilezas de viajante dimensão. Percebo, Que viver não é ter medo, é sempre achar que ainda é cedo, que nunca é tarde, é beber bebida que arde, mas também alegra, essa bebida de delirante entrega, a vida, as vezes triste, as vezes bandida, mas eternamente bebida, intensamente vivida concreta não imaginada, que deve ser reta e não desviada, inevitável, as vezes só suportável, as vezes inominável, mas minha arte favorita, viver de forma irrestrita!!!!! Prossigo, nem penso como consigo, mas vou vivendo, o mundo acontecendo, o destino se tecendo a cada hora. Entrego-me As forças do bem, de cor transmutante lilás: Que o universo se faça luz! Lilás, que transmuta e traz paz. Envolvo-me Neste mágico capuz, e entôo este cântico transatlântico que semeia amor e luz. Torno-me, (finalmente) Apenas um "quanta" de energia vivente, envolta em mágica manta de poetisa sobrevivente. |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.15.2009
Aurora lilás
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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