O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
8.01.2009
Flores no ventre entre eu e a vertente, poética.
Pétalas caídas
despetaladas,
postadas, em cinza mortalha,
flores em palha,
pequenos resquícios,
do que um dia foram
nossos vícios,
amores e súplicios...
Flores restantes,
ainda vicejantes no ventre,
será que és tu uma pétala morta
ou apenas vidente?
Vai, me conta,
cada pétala,
cada conta que cai,
é um pouco do amor
que se vai, se esvai...
E só resta minha nudeza,
restante,
postada como livro
lido na estante
da tua alma,
como as flores,
espedaçadas,
cinzas espallhadas
no meu ventre
de ti distante,
( mais ainda resta,
uma única pétala em
fresca em festa,
vermelha vicejante,
em crença,
testemunha única
da tua presença,
meu preferido e imortal amante)
http://trovador.files.wordpress.com/2008/02/sensualidade.jpg
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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