O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
8.01.2009
Beijos IV
Beijos beijados,
por ti enviados
atirados, grudados
na janela do meu dia,
beijos amigos,
tristonhos
bandidos,
apenas existidos
na minha utopia,
Beijos do além,
que me caem tão bem,
Beijos, beijos,
não fico sem!!!!
Beijos escondidos,
sussurrados, sumidos,
de uma mulher bonita,
beijos melados
grudados,
apertados,
enfeitados com fita,
beijos beijados
vermelhos e alaranjados
vindo enviados
por uma mulher bonita
Beijos, beijos, beijos insanos,
esmagados, desumanos,
curtos e que duram anos,
beijos beijados por debaixo
dos panos,
Beijos com lambida,
com data
e torcida,
dados com gosto,
na boca, no rosto,
no colo e no pescoço,
na minha mulher preferida.
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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