12.20.2009

Já é tarde


                                                                                                         Foto: Ana Lyra
                                                                                               

Fulgor matinal que invade-me
arde fogo vivo, como arde
silencioso formoso sem alarde.

Porém tardio, chega tarde
a noite já invade-me
sinto frio, a vida evade.

Já não rio, aparto-me do que partiu
já quase parto meu fio
sem vida, mal vivida, sinto frio.

Mas arde, embora tarde,ainda invade
Sinto dor e sorrio
ao lembrar um amor que partiu.

Lembro-me do marques de Sade
A cada verso teu que arde
quando meus olhos invade.

Pena que tarde, muito tarde...
da mi'nhalma a esperança evade

(derradeira adorno-me com um verso feito de jade)

Vou correr, amputar-me
vou viver a rezar
vou virar frade.


(Assim quem sabe o desejo
se evade e para ser feliz
não seja tarde)

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Quem sou eu

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Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...