O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.22.2009
Meus olhos de noite...
-Boa noite amor, como estás?
já te sente de novo como um ás?
Ou ainda um dois-de-paus,
massacrado por sentimentos maus?
Já te sentes inteiro, o único, o primeiro,
ou perceveras neste sentimento errado, derradeiro?
deveras angustiante e não verdadeiro?
Mas não te preocupes, nem te ocupes,
com outras distantes trupes,
sou só tua, não tenho amante,
sou tua, inteira, exclusiva, entediante...
desculpe-me se tenho um passado,
mas te juro, ele é distante.
Não sei o que acontece,
porque sempre quase fenece?
parece praga que não passa nem com prece
parace uma magia negra que cresce,
que tenta matar nosso amor, que floresce,
mas por favor,
não substime meu amor,
não transforme tudo em dor,
não me tires dos meus parcos negros olhos,
o resquício da tua cor.
Pinta-me!!!
Embebeda-me de tinta,
tira-me este negror
perdoa-me por favor,
pois quero ir contigo,
a qualquer lugar,
na rua, no mar, no abrigo,
(até no universo ao redor do teu umbigo)
Aonde me levar teu amor,
para qualquer lugar,
para longe ou perto do teu lar,
para comer com ou sem sabor,
só não enchas mais este velho,
torto e quase morto
conturbado coração
de mais dor...
"Me basta apenas segurar tua mão,
o resto é lucro",
te dou meu timão,
meu lugar, minha via, minha mão,
te dou tudo, inteiro,
sem faltar nenhum pedaço,
te dou tudo, até meu baço,
meu entrelaçar de corpo e braço,
mas não me sejas escasso,
pois és de tudo e todos,
o único que marcou-me para sempre
com indelével traço...
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
Um comentário:
um dia...as palavras se organizam...e dizem... o k ninguem consegue...assim o poeta reflete...em alma e espirito...o estado que temos...sentimos e vivemos...ao ler poema assim...
potente sentimento...momento de vida...
cada vez melhor...artista...
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