Chego a um ponto negro sem aconchego chego e e me pinto de negro tinto, sentimento que não minto, sinto, chego neste ponto neste negro rochedo. Sento-me, sinto-me, saudo-me pois só, minha alma marcada de tanto nó, não acredita, só dor, só há desdita, dor aut-imposta, inventada, maldita... Mas não me compreendo, me rendo a loucura, lenta que me ocorreu o mundo aos meus pés, e fujo correndo Mas sigo sonhando, vidente vendo, mesmo sabendo, louca sofrendo, que sou eu, o pior inimigo, que venho tendo... |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.22.2009
Ai de mim...
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
3 comentários:
Olá, Ana Laura:
Confesso que gostei muito deste soneto. Gostei principalmente dos últimos versos porque, no fundo, a alma de poeta é tão contraversa, que por vezes, meditamos e reflectimos para nos acharmos e nos encontrarmos. Enfim, se for sua própria inimiga não se esqueça de ser de vez em quando sua amiga.
Um abraço
António
É verdade Antônio, mas sei me amar também, mas as vezes nossas idiossincrasias nos enredam de tal forma que acabamos atrapalhados pelo próprio psiquismo. Mas se queres saber, não gostaria de ser outra pessoa, me amo com minhas idiossincrasias loucas e poéticas.
Compreendo-a. O extremo está associado às pessoas sensíveis. O meu costuma dizer que sempre primei pelo exagero, tanto no mal como no bem. Quando tenho sede tenho vontade de engolir o rio Tejo de uma só vez. Enfim, sou, sem sombra de dúvida, um extremista.
Um abraço para si
António
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