Prometeu apaixonado,
triste Deus acorrentado
com correntes de ecran.
Prometeu ali sentado,
antes tivestes de mim roubado
todo meu fogo e elam.
Chora lágrimas de aurora
enquanto a ave devora
o teu fígado já de amanhã.
Onde estão a estas horas
os humanos que tu adoras
mas que nem tem dão afam.
Vou rezar para Zeus
que envie um dos filhos seus,
para poder te libertar.
E que também mande de brinde,
um centauro que nunca finde,
e que se deixe acorrentar.
E quem sabe neste dia
as correntes sejam de poesia
e que eu as possa declamar.
( rebentar)
E então meu Prometeu,
Tu serás apenas meu,
viverei só para te amar.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.15.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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