Nunca mais farei sequer mais um verso de amor em mim o sol se apaga, eterno amoroso ocaso. Nunca mais sentirei esta ilusória inventada dor em mim o mundo gira até meu fim, sem nexo, ao acaso. Rompido, rachado vaso por onde escorre, se esvai minha alegre vida, a ilusão perdida, a eterna ida para o vão do que nada que sou, louco abstrato haikai que relata sem sentido a anatomia desta ferida. Vou, já sendo póstuma à minha estrada desvalida (existência, sobrevivência sem vida só ciência) prazer de ter, tristeza de não ser, apenas querida. Espero a morte com resiganação, infinita paciência estou só por opção, situação por mim escolhida dispo-me assim de vida, sou morte vestida com decência. (Que o leitor tenha condescendência...) |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
12.21.2009
Ocaso de mim
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário