Tão triste, que até desiste, te amar doeu,
deu um susupiro, disse "até" depois morreu,
tentei ainda com fé, reanimar mas não deu
indo e vindo que nem maré, um dia se perdeu.
foi o amor, que suspirou, ao acaso e morreu
foi a dor, que expirou o prazo do Prometeu
foi a cor, que mudou, no caso, o olho teu
mas como renda esta senda se rompeu
mas com fenda esta moenda me moeu
Digo com calma, com alma que não fui eu,
foi a salva de palma de uma platéia que me escolheu
Não fiz nada, era namorada de um homem ateu
desacreditada, mal amada, não é amor, é só "meu"
Possessiva possessão que nos perdeu
obssessiva obsesção que nos comeu
Já é a hora, vou-me embora, amor de Romeu,
pois agora, tomo veneno, canto com dor de Orfeu
Coração triste, desci ao ades, mas ja partias, partida eu,
não mais existe, com sabes, alegrias, morria eu...
Adeus aos olhos teus, amores meus, que te enganaram
foram ferrolhos teus que no teu ciúme me aprisionaram...
Viramos pós, não somos mais nós, moidos por mós
não tenho nome, mudei pronome e a dor não some...
Melhor separados,
temos nossos lados,
humanos, errados,
incopreendidos.
Amores alados,
desenfreados,
mal tratados,
findos e ofendidos....
Que pena, min'nha alma pequena ainda me diz que valeu apena,
parto serena mal comprendida, sigo triste a minha vida...
pequena...
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
10.16.2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário