Pinóquio era um boneco com cara-de-pau, sorria fingindo que não sabia o que era o bem, ou ser mau. Mentia pois não sabia falar a verdade, mas na cara estampava as mentiras da sua distorcida realidade. Pinóquio, pobre boneco sem coração, errava, maltratava em vão, pois era inocente, não sabia da verdade, ele apenas inventava uma nova realidade... Inventava por diversão pois pensava que as pessoas também não tinham coração, que podia, mentir, maltratar, que ninguém sentia, que ele era o único a sentir tristeza e agonia. Achava que atrás da porta do escritório tinha "o mundo", um grande laboratório, para seus experimentos sentimentais e ou outros? apenas animais para experimento, (que duravam apenas um momento) manipulados do alto do seu castelo-ilusório, protegido por fosso de fingimento. Pobre boneco de madeira, acorrentado em sua triste cadeira, com sua cara sardônica, irônica e solitária. Sem saber que mentir é feio em qualquer faixa etária... Mas nessa, acabou a festa e pinóquio acabou sem amigo triste, só e com seu nariz comprido... |
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.11.2009
Pinóquio
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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