Queria ser um eletrólito insólito
viajando pelas voluptuosas
circunvoluções cerebrais,
de tua mente profana.
Queria girar em teus giros
povoados de papiros secretos,
abstratos e concretos
do teu intelecto inquieto,
de teu encéfalo que me espanta
absorve-me e encanta
a cada contato abstrato
que tenho contigo.
Seria eu feliz, se fosse "liquor"
de límpida cor envolvendo-te inteiro
portegendo-te, amortecendo-te,
de qualquer choque estrangeiro.
Passear por cada sulco,
de teu encéfalo culto.
cada giro, cada fossa,
abissal de teu crânio
dividido entre o bem e o mal,
o espírito e o prazer carnal.
Que possibilidade de conhecer de verdade,
os meandros da tua intelectualidade
e explicar este sentimento,
imenso e hemisférico
que deixa meu ser histérico
a cada ausência tua
Queria ser imagem nua, crua (e só tua)
povoando teu sistema límbico,
queria ser o químico mediador
que estimula teu hipocampo,
te preencher de encanto,
modular qualquer dor.
Ascender em sentido cortical
para afinal, no córtex cerebral,
povoar o centro da palavra escrita
e ser tua faceira musa favorita
( que foge a cada noite e te irrita!!!!)
Queria aah...como queria,
ter sabedoria para não me afastar
e ficar perto, dos meandros
finos, misteriosos e únicos do teu intelecto.
Quem sabe assim, descubra no fim,
um via, um caminho, uma mão,
um giro, uma circunvolução,
onde possa tatuar com amor
meu nome em teu coração.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.12.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
3 comentários:
É muito gratificante poder receber comentários como os seus. Vou continuar a agradecer muito por eles, com toda a sinceridade. E o comentário ainda me permitiu chegar até este blog, que está tão recheado de material seu. Este neuro-poema é mais uma abordagem muito criativa da poesia, sem no entanto prejudicar a qualidade da mensagem. Parabéns! Vou continuar a ler mais alguns, textos bons aqui é o que não falta.
Muito grata caro amigo.
Grande abraço.
Adorei. Que misto de sensibilidades que nos preenchem numa leitura onde o tempo pára e nós avnaçamos...
NSA
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