Sou pequeno rato triste e sem teto
preso no laboratório de afeto
construído de pixels, mundo inverso,
minha droga é a prosa que converso.
De ti sou uma presa fácil, réu confesso,
de triste crime, mudo, sem voz, perverso
sabendo que mesmo expurio, não certo,
do amor afeto antigo, estive perto!
Mas como luz, fugas, forte, sagaz seduz
teu amor promete o céu só me da cruz!!!
sofro, sofro, tanto que me encanto...
E já me é tão confortável o pranto,
vivo ele imagem de teus olhos de luz
tão pungente e azul como alcaçuz!
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.07.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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