Porque não penso em outra coisa
porque não chega-me logo a lousa
fria em que pousa meu desejo
enquanto espero teu fugaz beijo
que inexiste
porque insiste, me despe,
porque em riste, nunca desce
este desejo que arrefece
minha alma incandescente
louca, lúdica e indecente
que deseja ardentemente
ter-te por dentro
em amoroso momento
improvável
proibido pelo impossível
precipicío do tempo intransponível
inexorável
Que posso fazer eu?
Procurar-te insana?
Amarrar-me ao Cáucaso
tal qual prometeu?
Poetar-te em minha arte
quase humana?
Sentar-me, prostrada e paciente
desejar louca e incoerente
que se finde a senda desumana
apaixonar-me por que não me ama.
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