O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
1.14.2010
Tu, que invades-me pela manhã.
Homem sem rosto,
pelo distino posto
à minha porta.
Logo eu?
À minha porta?
Eu um ser que apenas suporta
o fardo vivo.
Eu?
Um ser rebelde ao crivo,
subversivo às letras,
coberto eternamente
de rendas pretas.
Porque?
Pergunto sem entender,
Será dizes-me querer?
Porque conheces-me
sem eu conhecer?
Porque falas-me
do que vivo?
Das lembranças que sobrevivo
do meu passado a fenecer?
Tocas em pontos críticos,
rítmicos de minha alma
ler-te apenas acalma
a sede que não cede sem EU ser.
Um ser de letras sublimando o querer.
Mas te abraço,
emparelho meu louco passo
me desfaço pela manhã.
Coração aberto,
por instante concreto,
sou sã!
Entrego-me ao elam
de teus lindos versos,
com suave cheiro de maçã...
(que a cobra não me cobre comê-la,
embora sinta-me faceira
ao dançando ao som da flauta de Pã).
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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