O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
1.16.2010
Confiança cega no futuro.
Eu peguei todas as flores que haviam em mim
peguei todas as fitas, de cor carmim,
que estavam envoltas nas minha esperanças
Chamei todas as crianças
que felizes andavam de bicicleta
enfeitando minha mente concreta.
Evoquei todas as estrelas que já brilharam em meus olhos
Espargi todos os extraídos e perfumados óleos
que brotaram de meu desejo.
Untei-me com teu sonhado beijo
Cobri-me com teu rosto que nunca vejo.
Vivi, sonhei, amei,
Ouvi a vida, aceitei ser escolhida.
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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