foto retirada do site google
Dolorosa é a volúpia da minha rosa ansiosa por ter-te em vigor, em verso e em prosa Dolorosa é ânsia de saciar o louco desejo que tenho quando em letras imagino, vejo. Vejo-te postar-te em solitária, carcerária, cadeira expectante, extasiado, na ânsia, torcendo em crença nu, vendado, preso, atado com seda suave e verdadeira inalando o meu odor exalado que anuncia potentosa presença. Ouvindo... apenas ouvindo, à pele o tato singindo cego sem poder enxergar, obliterado, olfando exaurindo pouca sanidade, delírio louco emergindo. imobilizado, sem poder apalpar, alucina ansiando. Absorvendo meu corpo, o exalar, arauto anunciando ouvindo em passo distante o aproximar, esgueirando provocando um leve roçar quente, o corpo queimando minha pele escalda a boca à recusa, eu negando. Dou-te um pouco, só para provar, de meu peito vejo-te louco a sugar voraz sovendo, ardendo floresce minha rosa, mas não deixo colher, receio ficas ereto, louco, animado, insano, querendo. Então fauno irado, descontrolado, soltas-te inteiro apenas vendado, pegas meu corpo, brutal entropia. Teu músculo doloroso parte-me, penetra-me ao meio pegas-me de frente, entrego-me gemente, sacia... Cegas-me de tanto desejo, fecho os olhos não vejo sento-me á tua cela, desfraldo minha vela, louca puxas-me forte, vertigem, tiras-me o norte, arquejo beijo-te insana, aflita e humana, calo à boca. Desliso minha mão sequiosa em tuas costas, sedosa cravo minhas garras em tua pele, machuco, não fere pegas-me pelas as ancas mostras-me força vigorosa És meu único dono, soberano senhor, que prazer confere. Entrego-me à tua vontade, súplica incoerente, és meu dono, és amante, és poeta de desejo amoral eu sou tua, sou musa, mulher confusa, florescente és saciedade profusa de meu desejo vão e carnal. És meu suplício, meu amor em letras imortal meu desejo, calor onde evaporo meu corpo banal Desejo saciado, com muso imaginado, imaterial Meu gozo versado, sentido, pulsado, nascido ao natural... |
2 comentários:
Sempre voando por novos céus! O erotismo também te assenta bem. O poema é longo, mas sempre vibrante, com um bom ritmo. A descrição de todas as cenas é eficaz e conseguiste evitar roçar a mera obscenidade, que é das coisas mais difíceis para quem escreve neste género. Mas também é verdade que tudo depende da sensibilidade de quem lê... A minha só me diz (constantemente) que exerces bem o teu cargo de embaixatriz da poesia. Ah, gostei da mudança no conteúdo dos teus textos. Há algum tempo, todos os teus poemas sangravam a perda de um amor. Agora o amor redesenha-se nos contornos de um corpo nu e desejoso de união. Não sei até que ponto o que escreves corresponde à realidade da tua vida, mas seja como for, esta situação sem dúvida deve ser bem mais agradável para qualquer pessoa ;)
(Posso encontrar o teu livro em lojas de Portugal? Por opção, não faço compras pela Internet, mas gostava de consegui-lo)
Obrigado pelo teu comentário generoso. Aceito com gosto que me envies um dos teus livros, mas apenas se eu o pagar. O talento merece não só reconhecimento, como também algum lucro! As palavras alimentam-nos a alma, mas o estômago mesmo assim se ressente.
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