à espera dos dias que não vinhas
o sonho se desfazendo em desejo distante
conflitos errantes da alma
uma foto de passaporte
um suporte de sonho sem calma.
Um destino pastado na palma,
um foto, flácida, uma oração,
naquele tempo,
viajou para longe meu coração.
Uma visita a tua vida,
minha vida à morte
uma balsa, um rio,
acreditava ter-te
sorte.
Uma noite de frios
não chão duro,
um momento sem futuro,
com meu coração
macio.
Humanos, simples insanos,
num longínquo passado de cio.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
10.31.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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