Saudade
rosa amorosa,
jardim da minha alma, irrealidade.
Saudade das horas perdidas a tarde
fazendo conta de idade
há setes dias nesta mesma
cidade.
saudade
da viajante liberdade
de sentir-te na eternidade
companheiro sem idade.
Saudade, rosa triste amorosa,
enfeita esta mesa de renda mimosa,
refeição primorosa
menu à Marques de Sade
"Coração com tempero
de impossibilidade".
Amorosa arrependida
saudade
quem sabe
um dia realidade
movida por essa grande vontade
de ter-te, um dia,
de verdade.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
9.09.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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