Pela pequena fresta,
esta fenestra ,
luzidia em minha testa,
deixa-me ver
o futuro.
Me vês e crês que existo,
enquanto ainda exito
em cima do muro.
Pulo, mesmo no escuro,
entro pela janela,
vejo dois corpos,
duas almas,
dois copos,
as mãos unidas em palmas,
sobre os lençóis dos desejos,
desenrolando embrulho de beijos
pacotes cheios de afeto
nossas almas unidas
flutuando, se amando,
sob o mesmo teto,
longe das intranqüilas,
filas e mais filas
de pessoas com triste coração,
perdidas nesse cinza mundo,
triste poço sem fundo,
chamado solidão.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
8.23.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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