Eu saio da cor da minha cidade
mundo sem sabor, cinza realidade
acalmo o calor, que vem de outra idade.
Então eu te vejo, num outro tempo
ausente azulejo, pequeno percevejo,
da minha mansão, do meu momento.
Então eu te escolho
flor que não colho
do buquê em minha mão...
Mas é intencional,
para te livrar do mal,
que acolhes e te encolhes (natural...)
És tão lindo e fascinante,
não serás só passageiro amante,
Só cometa fugaz e brilhante...
Não, não!!! Serás é constelação,
eterna luz brilhando terna,
em momento de exaustão.
Viajando pelo tempo,
voraz luz em movimento,
Entrando, desbravando em mim
uma amor que voltou,
( não teve fim...)
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.27.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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