Queria ser tudo.
Deixar o meu ser agora mudo
tagarelar, cantar, rezar,
pedira a Deus
que venha em auxilio ao meus,
a nós, a vós, aos teus,
queria ser de tudo
um pouco,
um velho sábio,
(mas um pouco louco)
para poder falar
rir, viver, e não pensar,
(não pensar tanto),
Não queria ter tudo,
Ter apenas um banco,
onde podesse subir
para declamar
poemas de bem amar.
Queria tudo, tudo, tudo,
mas jamais quereria
ser cego ou mudo
para não poder
ler nem declamar
os poemas de além mar.
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.08.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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