Me posto indiferente
de pois da fala indecente
que não espelha minha alma
apenas me corpo acalma
Me sinto proscrita,
língua solta na boca
boca maldita,
quase louca!
Me sinto ferida,
eu mesmo por mim,
por falar e dizer
o que não está afim.
Mas que mais me restaria
além da agonia
de te ver partir
de não poder te seguir
Que mais faria,
correria, gritaria,
atrás dele,
e o sufocaria,
(o senhor fim).
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.10.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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