Te disse "Adeus!",
Peguei meus filhos, ( os teus )
E depois só desencanto,
De lágrimas teci um manto,
enquanto os pequenos dormiam,
no meu leito de pano e pranto.
E fui levando, levando, remando,
te chorando a cada triste noite,
fria, gelada, nua, te suando,
ardendo em chagas sem mais teu açoite,
E o mundo foi girando, girando...
Ninguém morre, esperando, ninguém...
Neste esperar, descobri, que estava viva,
sobrevivi!!! E... que olha que coisa boa!!!
Descobri, que vivo melhor sem ti,
que consigo ficar átoa, solta na boa,
que hoje até sorri!!!
Descobri o tanto de vida que investi,
em ti...
E agora, da derradeira hora,
onde já tudo é confesso,
( em nosso surreal universo )
observo e vejo, há como vejo...
Como suspiro, não mais grito,
(nem trovejo),
Sou no máximo um leve vento,
um suave ar em movimento,
e que de nós, humanos sós,
sobrou apenas frouxos nós,
epitéticos movimentos patéticos
imotivados e sem sem nexo,
usualmente chamados de sexo...
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
7.28.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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